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Apraxia de fala na infância (AFI) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA): quais são as diferenças e suas relações?


Por Redação / Agora no Vale Publicado 07/03/2023
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A Apraxia de Fala na Infância (AFI) pode ser uma comorbidade associada ao Transtorno do Espectro Autista – TEA. AFI é um dos transtornos motores de fala que afeta a habilidade de sequencializar os movimentos necessários para a produção dos sons da fala.

A criança tem ideia do que quer comunicar, mas seu cérebro falha ao planejar e programar a sequência de movimentos/gestos motores da mandíbula, dos lábios, da língua e de outros articuladores, responsáveis por produzir os sons que formam sílabas, palavras e frases.

Segundo a American Speech-Language-Hearing Association (ASHA), Associação Americana de Fonoaudiologia, o termo Apraxia de Fala na Infância, refere-se a “um transtorno neurológico que afeta o planejamento e a programação das sequências de movimentos necessários à produção dos sons da fala, na ausência de déficits neuromusculares (por exemplo: reflexos anormais, tônus alterado)”.

O diagnóstico diferencial ou comórbido pode ser difícil e exige atenção às particularidades de cada condição. No TEA é comum atraso ou prejuízo na linguagem receptiva e expressiva (verbal e/ou não verbal) associado à dificuldade de iniciar e/ou manter um diálogo e em contextualizar a fala.

Devemos suspeitar de AFI na criança com TEA quando: mesmo com intervenções especializadas ela ainda não é verbal ou apresenta sinais como vocabulário pobre e de difícil compreensão; produz movimentos silenciosos dos lábios ou emite sons ininteligíveis; há aumento dos erros na emissão das sílabas ou palavras quanto maior a complexidade delas; atos motores da fala involuntários são mais facilmente emitidos que os voluntários.

A avaliação deve ser feita por fonoaudiólogo com experiência em apraxia da fala.
Na associação entre as duas condições, o tratamento consiste em intervenções para o TEA associado à terapia fonoaudiológica que contemple a apraxia (como PROMPT), com envolvimento de pais, cuidadores, educadores, que deverão generalizar em casa e na escola os aprendizados.

A criança deve ser encorajada a encontrar maneiras alternativas de se comunicar (como PEC’s), assim, fica mais motivada para o treino de produção da fala. Compreender e ser compreendido é um reforçador natural.

O PROMPT “Prompts for Reestructuring Oral Muscular Phonetic Targets” (Prompts/Pistas para a organização dos pontos fonéticos oro musculares) é uma abordagem multidimensional indicada para os transtornos motores de fala, que abrange não apenas os aspectos físico-sensoriais do controle motor, mas também os aspectos cognitivo-linguísticos e sócio-emocionais. Existem muitos estudos científicos sérios que comprovam sua eficácia no tratamento das desordens motoras de fala.

Por Vitoria Santana 

Fonoaudióloga

Especializada em Análise  do Comportamento Aplicada – ABA e Neurociência e Aprendizagem

Mestranda em Ciências Médicas 

51 995140260

Instagram: fonovis

Referências:
ASHA: American-Speech-Language-Hearing Association. Childhood apraxia of speech [Internet]. Rockville: ASHA; 2007 [citado em 2019 Ago 27]. Disponível em: http://www.asha.org/policy/PS2007-00277.htm
de Oliveira, A. M., Pires, A. D. N. A., da Cruz, G. S., Gurgel, L. G., & Deschamps, L. M. (2022). Apraxia de fala Infantil em quadros com comorbidades. Distúrbios da Comunicação, 34(1).
Martins, F. C. R. M. (2018). Apraxia de fala em crianças de 4 a 7 anos diagnosticadas no Transtorno do Espectro Autista: avaliação de quatro pacientes.
Homem, K. L. (2021). Importância do diagnóstico diferencial no Tratamento do Transtorno do Espectro do autismo (TEA), Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem (TDL) e Apraxia de Fala na Infancia (AFI).