fbpx

Ao clicar em "Continuar navegando", você concorda com o uso de Cookies e com a Política de privacidade do site.

  • Banner Agora no Vale 728x90px Programa Fazer Juntos

Programação diversificada marca Encontro do Mês da Mulher de Lajeado 


Por Redação / Agora no Vale Publicado 29/03/2023
 Tempo de leitura estimado: 00:00
  • Agora-No-Vale—Banner-Forquetinha—Institucional-WhatsappDESKTOP
FOTO: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar –

Um dia para trocar conhecimentos, compartilhar experiências, comemorar conquistas e celebrar a amizade. Assim pôde ser resumido o Encontro Especial do Mês da Mulher, realizado na terça-feira (28/03), na propriedade de Inês e Roque Beuren, em Alto Conventos, Lajeado. No local, o grupo participante prestigiou uma série de atividades – de palestras, passando por apresentações musicais, sorteio de brindes, troca-troca de mudas e de sementes e ações de cuidado pessoal, como exames médicos, cortes de cabelo e maquiagem. 

Uma das entidades integrantes da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, a Emater/RS-Ascar foi responsável por apresentar alguns dos resultados de uma ampla pesquisa que teve o objetivo de identificar e caracterizar as mulheres agricultoras assistidas pelo serviço de Extensão Rural, bem como os espaços e as formas de sua inserção social e econômica. “Sabemos que a mulher tem conquistado cada vez mais espaço, é cada vez mais reconhecida como participante ativa da sociedade, mas ainda é necessário avançar mais”, avaliou a extensionista da Emater/RS-Ascar Andreza Girelli, na abertura do encontro. 

No levantamento elaborado durante a pandemia foram ouvidas mais de cinco mil mulheres, de 461 municípios gaúchos entre novembro de 2021 e janeiro de 2022. E as constatações até foram meio óbvias quando o assunto era a rotina de trabalho no meio rural, a gestão dos recursos da propriedade ou as tomadas de decisão. “Na grande maioria dos casos percebeu-se que a mulher é muitas vezes mais ativa do que o homem nos cuidados domésticos, que vão desde fazer um café da manhã até limpar a casa e cuidar dos filhos do que os homens”, salientou a extensionista da Emater/RS-Ascar Elizangela Teixeira. 

Essa discrepância, de acordo com a extensionista, raramente se traduz em independência financeira ou mesmo no processo decisório na hora de investir na propriedade, sendo que muitas vezes mais de 50% da renda da família é fruto do trabalho delas. “Em muitos casos, foi somente ao verbalizar esse excesso de carga de trabalho, que muitas vezes se estende por três turnos, que as entrevistadas se deram conta de quantas atividades exerciam, sem ter uma remuneração”, explica Elizangela. “Nesse sentido é que se faz necessária a reflexão”, pontua. 

O tema da violência contra a mulher também integrou a pesquisa, sendo ampliado por uma segunda palestra, com as integrantes da Vigilância Epidemiológica de Lajeado Juliana Demarchi e Silvia Cato, que apresentaram dados sobre notificações de casos de violência contra a mulher no município, salientando também quais os canais para possíveis denúncias. Coordenadora da entidade, Juliana lembrou que a violência não necessariamente precisa ser física, uma vez que traumas psicológicos podem ser tão ou mais agressivos. “A ideia é fazer com que esse tipo de conduta agressiva por parte dos homens deixe de ser normalizada”, pontua a coordenadora. 

 No meio rural o assunto pode ser ainda mais complexo, pela falta de informação, por medo de denunciar ou mesmo por não saber quais os caminhos para buscar proteção. “Um simples local para conversar, uma entidade, uma associação pode ajudar a esclarecer questões de violência e gênero”, observa Elizangela. Na pesquisa, 81% das entrevistadas disse haver necessidade de ter esses espaços. E, mais do que isso, 42% conheciam casos de violência contra as mulheres nas comunidades em que vivem. 

Os caminhos para a busca de auxílio foram apresentados por representantes do Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram), que disponibiliza o whatsapp (51) 98048-3256 para receber denúncias. “O nosso espaço oferece acolhimento, escuta e troca de vivências sobre os direitos da mulher, contribuindo para o seu fortalecimento e o resgate de sua cidadania”, reforçou a assistente social da entidade Magda Rigo. “É importante que as mulheres saibam que não estão sozinhas, sendo plenamente possível interromper esses ciclos de violência”, finalizou. 

Durante todo o mês de março, a Emater/RS-Ascar esteve envolvida em uma série de ações alusivas ao Dia Internacional da Mulher – celebrado em 08 de março -, na intenção de discutir temas variados, promover a reflexão a respeito do papel da mulher na sociedade, celebrar conquistas e combater retrocessos. Municípios como Roca Sales, Encantado, Travesseiro, Estrela, Poço das Antas, Colinas, Muçum, Nova Bréscia, Relvado, Doutor Ricardo, Fazenda Vilanova, Arvorezinha e Anta Gorda entre outros do Vale do Taquari reuniram expressivo público em inúmeras e diversificadas atividades.  

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado