Israel declara Lula como ‘persona non grata’ após presidente comparar ação em Gaza ao Holocausto
Nesta segunda-feira, o governo de Israel oficializou a declaração de ‘persona non grata’ para o presidente Lula, em resposta às suas declarações que compararam as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, afirmou nas redes sociais que a retirada desse status só ocorrerá se Lula pedir desculpas e se retratar.
Ainda, Katz destacou que a comparação feita pelo presidente brasileiro é um grave ataque antissemita que profana a memória das vítimas do Holocausto.
Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, expressou preocupação e convocou o embaixador brasileiro para discutir a situação. Ele declarou que a comparação banaliza o Holocausto, um genocídio que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, resultando na morte de cerca de seis milhões de judeus.
Além disso, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou as declarações de Lula, classificando-as como “infundadas” e uma “distorção perversa da realidade”. Esses acontecimentos são parte de uma reação rápida da comunidade israelita no Brasil diante das comparações feitas pelo presidente.
As declarações de Lula foram feitas durante uma entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou da 37ª Cúpula da União Africana. Ele comparou a resposta de Israel na Faixa de Gaza a um “genocídio” e uma “chacina”, associando as ações israelenses ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas liderados por Adolf Hitler.
Essa crise diplomática ocorre em um contexto em que alguns países decidiram suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), uma ação que foi questionada a Lula durante a entrevista, levando-o a fazer as comparações controversas.