Chuva Preta: entenda o fenômeno que ocorre em diversas regiões do RS
O Rio Grande do Sul enfrenta um fenômeno meteorológico incomum: a chuva preta. Esse tipo de precipitação ocorre quando partículas de fuligem, provenientes das queimadas que ocorrem na Amazônia, no Paraguai, na Bolívia e em parte da Argentina, se misturam à umidade nas nuvens e caem junto com as gotas de chuva. Cidades do sul do estado, como Pelotas, Bagé e Rio Grande, já registraram o fenômeno.
Como a chuva preta se forma?
A chuva preta é resultado da condensação de vapor d’água em torno de partículas de poluição suspensas na atmosfera, principalmente fuligem. Segundo meteorologistas, essas partículas ajudam na formação das gotas de chuva dentro das nuvens. Assim, quando a precipitação ocorre, ela carrega essas partículas de poluição, fazendo com que a água apresente uma coloração mais escura ao ser capturada em grandes volumes, como em baldes ou piscinas.
Embora seja possível observar uma leve sujeira em carros e superfícies, a gota de chuva em si não cai preta, conforme explica Henrique Repinaldo, meteorologista da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O fenômeno torna-se mais perceptível em locais onde a água se acumula, mas não causa uma grande alteração visível durante a queda das gotas.
Previsão para os próximos dias
A previsão indica que as condições para a chuva preta permanecerão até sexta-feira, 13 de setembro, com a possibilidade de novos registros em todo o estado. A fumaça, que está sendo transportada pelo vento desde a Região Norte do Brasil, continuará afetando o Rio Grande do Sul até que o padrão de circulação de vento mude, o que deve ocorrer no sábado, 14 de setembro.
Mesmo com o alívio momentâneo previsto para o fim de semana, o retorno da fuligem está previsto para a próxima semana, quando a poluição pode novamente ser transportada para a região, conforme informações da Climatempo.
Impactos da chuva preta
Embora o fenômeno não represente um risco direto à saúde, ele serve como um alerta para os altos níveis de poluição na atmosfera. A precipitação de fuligem pode sujar carros e superfícies, além de deixar uma camada escurecida em áreas onde a água se acumula. No entanto, a chuva também ajuda a “limpar” a atmosfera, removendo temporariamente a fuligem presente no ar.
Os meteorologistas recomendam que os moradores fiquem atentos às previsões e possíveis mudanças no clima, já que a frente fria pode trazer instabilidade adicional ao estado nos próximos dias.