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Uma vida em sala de aula


Por Redação / Agora Publicado 25/06/2019
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Por 36 anos a professora Sônia Krüger esteve mais na escola do que em casa, e garante que todo o esforço valeu a pena.

A professora Sônia Regina Barros Krüger se aposentou há dois meses, após 36 anos dedicados ao ensino, e garante que em nenhum momento se arrependeu de ter escolhido a profissão. E todos esses anos lhe deram a oportunidade de dar aula para gerações diferentes de uma mesma família. E por isso é muito comum ouvir pelas ruas de Cruzeiro do Sul, “oiii profe”, ou então, “a Sônia foi minha profe”.

A frase “amo o que faço, amo meus alunos e a minha escola” foi contínua em sua vida, garante. “Sempre tentei fazer o melhor para ajudar a escola e os alunos, mostrando o respeito, responsabilidade, humildade, dedicação, pontualidade e honestidade”, relata Sônia. Por mais que seja lembrada pela maioria como uma professora exigente, é também vista como correta e justa, e por isso cativou e teve respeito dos seus alunos.

Sônia iniciou a trajetória em salas de aula em 1983, lecionando Matemática e Ciências na Escola Particular São Miguel de Linha Sítio, em Cruzeiro do Sul. Ela faz questão de agradecer às duas pessoas que marcaram sua vida ao ajudar no início da minha carreira: a prefeita Íris Altmayer Rank e o diretor da escola, Loreno Mallmann.

Em 1989 foi nomeada professora estadual, e começou a ensinar Matemática, Química e Física na Escola Estadual de Ensino Médio João de Deus, na qual permaneceu até a aposentadoria, no dia 21 de março de 2019.

Leia entrevista com Sônia

Agora no Vale – O que te inspirou a ser professora e por quê?
Sônia Regina Barros Krüger – Quando estudava no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, conhecido como Castelinho, em Lajeado, tinha uma professora que era muito exigente, e tinha um jeito de lidar com os alunos que me chamava atenção. Até hoje tenho uma admiração e um carinho enorme por ela, a professora Nelma Eronita Fritsch. Ela me inspirou a ser professora.

Agora no Vale – Tens ideia de quantos alunos passaram por sua sala de aula e onde eles estão agora?E o que significa para você ter desempenhado um papel importante na vida deles?
Sônia – Não sei dizer quantos alunos, mas posso dizer que foram muitos, pois são quase 36 anos lecionando e na maior parte destes anos trabalhei 40 horas por semana. Em 2008 trabalhei 60 horas semanais, mas para ter uma ideia, em 2018 trabalhei 20h semanais e tinha 8 turmas de aproximadamente 30 alunos em cada sala. 
Em cada lugar que vou em Cruzeiro do Sul ou Lajeado encontro ex-alunos. Mas muitos dos meus alunos nunca mais encontrei e não sei onde estão. Espero ter desempenhado um papel importante na vida de cada um deles, pois todos foram importantes para mim. Fiz o que estava ao meu alcance dando oportunidades de recuperação e espero ter feito a diferença na vida deles, pois não era apenas o conteúdo de ciências, matemática, química e física, também conversávamos sobre as nossas vidas.

Agora no Vale – Qual é o maior desafio do professor em sala de aula, e qual é a maior alegria?
Sônia – O maior desafio do professor, na minha opinião, é fazer o aluno ter interesse em buscar o conhecimento. A maior alegria do professor em sala de aula é o reconhecimento, quando o aluno agradece a ajuda do professor, mas a alegria é maior ainda quando ficamos sabendo que na vida tiveram sucesso, pois conseguiram realizar o seu sonho.

Agora no Vale – O que essa carreira significou para ti? Hoje, olhando para trás, percebe que tudo valeu a pena?
Sônia – Esta carreira foi praticamente a minha vida, pois estava mais na escola do que em casa. Olhando para trás, percebo que cometi muitos erros, mas os erros que cometi foi tentando acertar. Aprendemos com os nossos erros e mudamos, então valeu a pena.

Por Leonardo Heisler / Jornalista
redacao@agoranovale.com.br

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