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Tradicionalista encontra motivação nas cavalgadas após perder uma perna em acidente

Tradicionalista encontra motivação nas cavalgadas após perder uma perna em acidente


Por Redação / Agora no Vale Publicado 27/10/2021
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Rodrigo Wommer chegou a percorrer 800km no lombo de um cavalo e projeta desafios maiores

Conheça a história de superação do servidor público Rodrigo Wommer, 39, o popular Fipi, de Marques de Souza. Depois de sofrer um acidente de motocicleta e perder uma das pernas, ele deu a volta por cima e se tornou um cavaleiro apaixonado pelas tradições gaúchas. “No meu caso foi a perna esquerda. Demorei para aceitar, mas era preciso seguir e agradecer pela segunda chance de estar vivo e junto da minha família e amigos”, afirma Fipi, em entrevista ao Agora no Vale. Confira abaixo:

Entrevista

Portal Agora no Vale – Como você perdeu uma das pernas?

Rodrigo – Foi um momento muito triste da minha vida. Eu sofri um acidente na BR-386 quando estava andando de moto. A gente nunca espera por uma situação dessas e ainda mais quando falam que tem que amputar algum membro. No meu caso foi a perna esquerda. Demorei para aceitar, mas era preciso seguir e agradecer pela segunda chance de estar vivo e junto da minha família e amigos.

Portal Agora no Vale – Quando começou a paixão por cavalos, mulas e cavalgadas?

Rodrigo – Com a falta da perna muitas coisas não conseguia mais fazer. Uma delas foi jogar bola. Tive que procurar outros esportes e em 2012 um amigo me convidou para uma cavalgada. Fomos até Venâncio Aires buscar a Chama Crioula. Eu sempre gostei de cavalos e mulas. Pertenço ao CTG Caminhos da Serra. Após esta primeira aventura nunca mais parei.

Portal Agora no Vale – Qual a cavalgada que mais te marcou?

Rodrigo – Sem dúvida a do Cooperativismo – Caminhos do Padre Theodor Amstad, em 2012. Com duração de 22 dias, a cavalgada percorreu dezenas de municípios, saindo de Cerro Largo, e chegando a Porto Alegre. Passamos pelos mais longínquos pontos turísticos do nosso Estado. Percorremos 800 quilômetros. Foi algo emocionante para mim e aí percebi que posso fazer tudo, mesmo tendo esta deficiência. A recepção e o apoio dos amigos foi fundamental para superar todas as dificuldades, desde subir no cavalo ao simples momento de descer. Quem tem duas pernas é fácil, mas para mim foi difícil até pegar o jeito.

Portal Agora no Vale – E por que você decidiu cavalgar no lombo de uma mula?

Rodrigo – O animal é mais resistente, pois a maioria das cavalgadas que participo são de longo percurso e com muitas dificuldades. Além disso, é mais cômodo para sentar no lombo e são mais inteligentes que os cavalos. Por exemplo, um cavalo entra em um lago e afunda. Uma mula desvia até de um buraco. Ela tem um sentido muito aguçado e te dá mais segurança, pois a gente cavalga por todos os locais, sejam estrada de chão, asfalto, no interior, na cidade. Logo, estar seguro é muito importante.

Portal Agora no Vale – Para onde você ainda quer ir e não foi?

Rodrigo – Meu sonho é participar das boiadas em Mato Grosso. O pessoal chega a ficar 40 dias na estrada tocando o rebanho. Hoje é algo bem distante e quase impossível, mas um dia ainda farei parte desta aventura. No mais eu já percorri quase todos os pontos do Estado. Fiz muitos amigos e aprendi a gostar e valorizar cada detalhe da tradição gaúcha. Virou uma paixão e é fantástico estar no lombo da mula ou cavalo, ao lado dos meus amigos e conhecendo cada pedacinho de chão do nosso amado Rio Grande.

Portal Agora no Vale – De que forma a falta da perna atrapalha no seu cotidiano?

Rodrigo – Faço tudo o que um cavaleiro normal, com as duas pernas faz. Aprendi a agradecer por tudo que Deus tem me proporcionado e sou muito feliz. Não ter uma perna é apenas um detalhe e já superei totalmente. São várias mensagens de pessoas querendo saber como participar, como montar e como é o meu dia a dia. A gente plantou uma semente e estamos colhendo os frutos e não sabemos aonde vamos parar.

Portal Agora no Vale – Para onde vocês estão indo agora?

Rodrigo – Saímos de Lajeado e vamos até Frederico Westphalen. Represento a 24ª Região Tradicionalista junto com meus amigos. Chegaremos neste sábado, dia 31. Vamos participar do 69º Congresso Tradicionalista Gaúcho Extraordinário. Serão mais de 430 quilômetros no lombo de uma mula. Será a chance de ajudar a discutir a reforma estatutária do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que este ano completa 55 anos. E no ano que vem, em agosto, vamos até a cidade de Canguçu, terra de Joaquim Teixeira Nunes, a qual sediará a 73ª Geração e Distribuição da Chama Crioula do Rio Grande do Sul.

Foto Divulgação