OCS Orgânicos Estrela recebe credenciamento do MAPA
Processo foi encaminhado há mais de um ano
O Organismo de Controle Social (OCS) Orgânicos Estrela recebeu na
última semana o certificado que reconhece o coletivo como de produção
orgânica. O documento foi emitido pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Governo Federal, tornando três
famílias de agricultores de Estrela aptas para a comercialização
direta ao consumidor. O organismo também é integrado por
extensionistas da Emater/RS-Ascar e por representantes dos consumidores,
que atuarão juntos para que o grupo tenha credibilidade no que diz
respeito ao cultivo sem agrotóxicos.
A extensionista da Emater/RS-Ascar, Tânia Stein, salienta que a
caminhada para a consolidação da OCS teve início há mais de um ano,
com diversas atividades envolvendo agricultores, técnicos e lideranças
que possibilitariam a transição para o modelo de cultivo
agroecológico. “A gente nota que há um potencial para esse tipo de
produção e que o consumidor está cada vez mais atento para a
importância da adoção de uma alimentação mais saudável”,
salienta Tânia. “E em uma OCS, o próprio grupo é responsável por
assegurar que os produtos e processos estejam de acordo com as
normas”, afirma.
Para a agricultora Andressa Petter dos Santos, da localidade de Linha
Lenz, a consolidação da OCS será um diferencial na hora de conquistar
a confiança do consumidor. “Ainda assim sabemos que a manutenção da
credibilidade só será alcançada com seriedade e com a entrega de
produtos de qualidade”, comenta. Coordenadora do coletivo, Andressa
trabalha ao lado dos pais, Maristela e Milton e do namorado Vanderson,
produzindo mais de 50 tipos de legumes, verduras, chás, temperos e
frutas. “A agroecologia para nós é uma filosofia”, explica.
“Desde que me conheço por gente, sempre foi assim”, completa.
A opinião de Andressa vai ao encontro do pensamento de Jaqueline
Altenhofen, outra integrante da OCS. Vizinha de Andressa, a produtora
cultiva verduras, frutas, chás e legumes – sendo o carro-chefe a
batata-doce. “Tenho dois mil pés plantados, com compra garantida”,
destaca. Aliás, para Jaqueline, a alta demanda caracteriza o modelo de
produção orgânica. “Mesmo que os preços sejam sensivelmente
superiores, as pessoas não se importam de pagar, pois sabem que o sabor
de um tomate ou de um pimentão cultivado de forma limpa, é
diferente”, avalia.
Ambas as famílias também comercializam os seus cultivos por meio de
outras políticas públicas, como o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Reuniões
mensais com extensionistas da Emater/RS-Ascar visam a qualificar o grupo
em temas como manejo de culturas orgânicas, com adoção de caldas
naturais, uso de coberturas verdes, entre outras. “Muito em breve
outras três famílias de agricultores deverão se incorporar a OCS”,
finaliza Tânia. Mais informações sobre o grupo podem ser obtidas na
Emater/RS-Ascar de Estrela ou pelo telefone (51) 3712-1842.