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Mudanças na UTI reduzem infecções e qualificam atendimento


Por Redação / Agora no Vale Publicado 09/08/2019
 Tempo de leitura estimado: 00:00
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Passado um ano da implantação de projeto de visitas estendidas na UTI do HBB, resultados são percebidos na prática – e na satisfação de pacientes e familiares

Implantado no primeiro semestre de 2018 no Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, o “Projeto Colaborativo Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil” (desenvolvido através do Programa Proadi, do Ministério da Saúde), solidificou-se e tornou-se parte da rotina de funcionários, médicos, enfermeiros, pacientes e familiares que convivem na UTI da instituição.

Hoje, o acompanhamento de familiares a seus entes internados – o que até tempos atrás era impensável em um setor de terapia intensiva – apresenta bons resultados e elogios de quem é beneficiado.

A prova está fixada na parede de entrada de visitantes da UTI: uma árvore feita em papelão e adesivada no acesso, com o objetivo de que os funcionários deixassem recadinhos uns para os outros, tornou-se mural de agradecimentos e cumprimentos de quem precisou enfrentar uma rotina dura dentro da unidade.

“Obrigada pelo carinho e bom atendimento”; “serviços de maior qualidade”; “agradecemos por tudo”; “atendimento nota mil” são algumas das frases que se destacam como folhas de uma árvore que só cresce, e tende a se tornar cada dia mais forte.

Coordenadora de Enfermagem da UTI Adulto do HBB, Adriana Calvi, explica que diversas medidas foram tomadas durante o programa. Por exemplo, treinamento e procedimentos foram intensificados e revistos. Porém, é no relacionamento com “os clientes” em que o projeto ganha mais destaque.

Com o principal objetivo de reduzir infecções e deixar a internação na UTI menos dramática, os horários de visita foram ampliados. Os familiares recebem um pequeno “treinamento” para poder acompanhar os pacientes sem comprometer o tratamento. E a simples higienização das mãos tem papel importante na redução do número de contaminações.

“Neste período percebemos que os pacientes mais agitados acabam ficando mais tranquilos com a presença de familiares. É natural em um ambiente assim as pessoas ficarem ansiosas, mas, com companhia, a situação é amenizada”, explica. As mudanças mudaram os vínculos com as famílias, o que acarretam também na melhora da internação. “Conversando com os familiares conseguimos informações que antes não ficávamos sabendo (como alergias, medicações e outros) por ter o foco exclusivo no paciente”, analisa. 

Cada família de internado tem o direito de cadastrar três pessoas (que tenham poder de decisão, como autorizar procedimentos mais importantes) para as visitas. Estas pessoas são acolhidas e recebem informações sobre as rotinas e procedimentos. “Mesmo com o aumento no fluxo de visitantes tivemos redução de infecções. Claro que trabalhamos em várias frentes para alcançar este resultado, mas conseguimos perceber que o aumento do número de visitantes não é prejudicial – pelo contrário, se houver conscientização de todos.

O projeto do qual o HBB faz parte foi iniciado em dezembro de 2017. Reúne 120 UTIs do país com o objetivo de melhorar a qualidade de atendimento do paciente, a redução do risco e do número de infecções geradas durante a internação. A presença de familiares no local de tratamento também ajuda a reduzir a taxa de delírio de pacientes (o que ocorre quando ficam por muito tempo sozinhos, dentro do ambiente fechado da UTI); de estresse pós-traumático, o uso de medicação e até mesmo o tempo de internação.

Saiba mais

Entre os indicadores avaliados pela equipe para confirmar os resultados estão respostas dadas em uma pesquisa interna da UTI.

Os resultados apresentados abaixo estão separados em ANTES da implantação do programa, e depois.

– As explicações dadas a você sobre a condição clínica do paciente são em termos que você consegue entender? Passou de 80,4% para 90,4%

– Você entende o que está acontecendo com o paciente e porque as coisas estão sendo feitas? Passou de 82,6% para 96,2%

– Você está satisfeito com o cuidado médico que o paciente recebe? Passou de 92,3% para 98,7%

Você se sente confortável visitando o paciente na unidade de tratamento Intensiva? Passou de 35,8% para 96,2%

por Emilio Rotta / AI HBB