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Mudanças climáticas, desigualdade social e reflexões necessárias


Por Redação / Agora Publicado 26/08/2019
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Até dezembro o Museu de Ciências da Univates recebe a exposição
“Nós do mundo”, da Fundação Oswaldo Cruz

LAJEADO – Conforme o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), se nenhuma mudança acontecer em relação ao consumo de plástico, mais de 104
milhões de toneladas do material irão poluir os ecossistemas
brasileiros até 2030. Já a Agência Nacional de Águas (ANA) estima
que o consumo de água irá aumentar em 24% em 10 anos. A ANA, que é
responsável pela gestão dos recursos hídricos no Brasil, afirma que,
em média, a cada segundo, 2 milhões e 83 mil litros de água são
utilizados no País. Conforme o levantamento, o abastecimento urbano e
da indústria de transformação corresponde a 85% das retiradas de
água em corpos hídricos.

Também a desigualdade social é agravada pelas mudanças climáticas. A
Climate Trends, empresa sobre pesquisa climática com sede na Índia,
afirma que as pessoas que vivem em regiões de renda mais baixa têm
sete vezes mais chances de morrer atingidas por algum desastre natural e
seis vezes mais chances de serem feridas ou terem de se deslocar por
esse mesmo motivo em comparação com a população de regiões de alta
renda. À medida que os dados sobre poluição e o resultado do consumo
exacerbado dos recursos naturais são divulgados, as reflexões sobre o
futuro do planeta são mais necessárias.

Há um tipo de consumo que pode ser considerado “invisível”. Desde
o guardanapo utilizado nas refeições, até o próprio papel higiênico
de uso diário, todos materiais serão devolvidos à natureza para sua
decomposição, seja em aterros sanitários, quando corretamente
descartados, ou em locais impróprios. Isso quer dizer que, em algum
momento, mesmo que de forma imperceptível, esses produtos serão
descartados e passarão a ser resíduos. É com essa análise inicial
que o assistente do Museu de Ciências da Univates (MCN) Luís Carlos
Scherer recebe os alunos na exposição “Nós do mundo”, que
pertence ao Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A
exposição fica no MCN até dezembro e busca estimular a reflexão
sobre nós (os seres humanos) e os nós (problemas) existentes na forma
como nos relacionamos com o planeta.

Um dos materiais disponíveis na exposição mostra quantos litros de
água são necessários para produzir um celular, uma barra de
chocolate, entre outros produtos. “Quando a introdução sobre o
consumo de água na produção desses itens não é feita, há apenas a
curiosidade em saber a quantidade de água que é consumida. Já com a
introdução sobre o consumo invisível de água há a compreensão de
que a água é um recurso necessário em todas as etapas de produção,
e por isso é tão imprescindível”, conta Luís.

Luís lembra que é possível manter extremamente elevada a população
mundial devido à globalização, que permite que alimentos sejam
transportados rapidamente de um continente para o outro.Parte desse
material é, porém, perdido no transporte, no comércio e até mesmo no
consumo pessoal. “Regiões que possuem abundância de algum tipo de
recurso são exploradas juntamente com a sua força de trabalho local
para a produção de bens e alimentos para locais onde a presença
desses recursos é restrita. Logo, os recursos são consumidos pelo
destinatário final, o que traz um dado alarmante: 80% dos recursos do
nosso planeta são consumidos por 20% da população, quantificando a
desigualdade nesse quesito”, explica.

Por todo o MCN, cartazes ilustrativos, com textos informativos sobre
consumismo, meio ambiente e temas adjacentes estão dispostos. Além
disso, há jogos e materiais interativos à disposição do público.
Todas as atividades que fazem parte da exposição tratam de temas em
comum: consumismo, mudanças climáticas, matrizes energéticas,
desigualdade social e degradação do meio ambiente. Até dezembro
serão oferecidas também as oficinas: “Quais as diferenças entre
Arqueologia e Paleontologia?”, “Sustentabilidade em jogo” e
“Desenhando insetos”, ministradas pela equipe do MCN/Univates. A
exposição tem sido visitada por crianças da educação infantil até
estudantes do ensino médio, estando aberta aos demais públicos e
comunidade em geral.

Todas as atividades são gratuitas. O MCN/Univates está aberto à
visitação de segunda a quinta-feira, das 8h30min às 11h30min, das
13h30min às 17h30min e das 19h às 21h30min, e nas sextas-feiras, das
8h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. Grupos maiores e
escolas que tenham interesse em participar da visita mediada ou oficinas
devem realizar agendamento prévio pelo telefone (51) 3714-7000, ramal
5505.

Texto: Júlia Amaral