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Jornada AlimentaAção 2019: Primeiro dia do Workshop em Alimentos é marcado por reflexão sobre práticas e tendências da cadeia produtiva


Por Redação / Agora no Vale Publicado 07/08/2019
 Tempo de leitura estimado: 00:00
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O primeiro dia do XVIII Workshop em Alimentos, que integra a Jornada
Técnica do Setor Alimentício 2019 – AlimentaAçãoRS, foi marcado por
palestras que abordaram inovação, saúde, ingredientes alternativos e
riscos de contaminação por micro-organismos. Ministrados por
profissionais que representaram fornecedores nacionais e internacionais,
os painéis instigaram uma reflexão sobre as práticas e as principais
tendências para toda a cadeia produtiva de alimentos.

Na palestra de abertura “O paradoxo da inovação”, o gerente de
inovação da Duas Rodas, Fernando Jesus, provocou uma reflexão sobre
produto, cliente e canal de distribuição, pois, segundo ele, a maioria
das empresas que quebraram nos últimos anos foram aquelas que não se
reinventaram e que continuam apostando nas mesmas coisas de décadas
atrás. De acordo com o profissional, o futuro já está acontecendo e
é preciso se desenvolver para continuar relevante, criando novos
horizontes de atuação e assumindo os riscos inerentes a essa postura.
“A gente precisa entender que a maneira como estudamos as escolas de
negócios nos trouxeram até aqui, mas não são elas que vão nos levar
para a frente”. Assim, é preciso deixar de lado o comportamento linear
e local e agir como o mundo atual exige: de forma exponencial,
hiperconectada e hiperacelerada. “Eu espero que a gente faça algo para
que consiga ter uma perpetuidade dos nossos negócios. Eu tenho certeza
que em algum lugar alguma coisa incrível está esperando para ser
descoberta”.

O resgate histórico da alimentação desde a pré-história, quando
o homem buscava apenas a sobrevivência, até a era digital, na qual os
consumidores são conscientes e preocupados com o que ingerem, foi o
mote da explanação “Agricultura 4.000 a.C. até a indústria 4.0”
feita por Glaucia Sousa, da Firmenich. Mostrando como a agricultura faz
a diferença e influencia o dia a dia das pessoas desde os primórdios
dos tempos, ela destacou que hoje a alimentação é pautada por apelo
emocional e sensorial, com forte atenção à saudabilidade, o que
influencia diretamente a decisão de compra. Ao falar de indústria 4.0,
inteligência artificial, big data e novas gerações, Glaucia lembrou
que atualmente o consumidor tem acesso a conhecimento e informação
como nunca na história e preza por valores e transparência,
considerando toda a cadeia de rastreamento dos alimentos. A partir
disso, ela ressaltou a necessidade de as indústrias oferecerem algo
diferenciado, sólido, consciente e nutritivo. “É preciso buscar
inovações e olhar o que está acontecendo. Trazer uma experiência
real é o grande desafio”.

O tema já bastante conhecido pela indústria e que merece ser
refletido no mercado como um todo foi abordado por Maria Fernanda
Oliveira, da Nexira. Sob o título de “Clean Labeling: uma tendência
para a indústria de alimentos”, ela explicou o que na tradução livre
significa limpar o rótulo dos alimentos, tirando os químicos, os
artificiais e os demais ingredientes que já são reconhecidos pelo
consumidor como maléfico, deixando-os o mais natural possível.
Trazendo dados sobre as expectativas dos consumidores, Maria descreveu
os três principais blocos de tendência no segmento, que são
nutrição e bem-estar; natural e clean label; e sustentabilidade e
alegações éticas. Destacando a preocupação cada vez maior com a
saúde, ela detalhou componentes que podem substituir os mais
prejudiciais e sugeriu que se faça um raio X dos ingredientes
utilizados, priorizando no rótulo listas pequenas, de fácil
compreensão e com alegações saudáveis, como orgânicos, grãos
integrais e baixo teor de gordura e açúcar.

Representando a Bremil/IFF, Fernanda de Paula ministrou o painel
“Proteínas alternativas”, mencionando de que forma a revolução dos
plant based está influenciando o mercado nacional, além de orientar os
participantes sobre o que as pessoas esperam e quais os próximos passos
a serem adotados pelas indústrias. Conforme ela, no compasso das
mudanças do mundo, os consumidores estão buscando diferentes tipos de
produtos e inserindo novas alternativas nas dietas, em especial as novas
gerações. Assim, identifica-se um grande número de lançamentos de
alimentos à base de vegetais, que muito se assemelha em termos de sabor
e aparência com proteínas ou produtos de origem animal, como leite e
carne. Fernanda ainda apresentou dados de mercado, questões de
investimentos e exemplos de empresas que apostam em linhas vegetariana,
veganas e à base de soja ou vegetais. Ela finalizou alertando sobre o
complexo desafio de apresentar nesse tipo de produto textura,
autenticidade e sabor residual.

“Cores naturais para alimentos: ingredientes que atraem e satisfazem
os consumidores” foi o tema da explanação de Mario Slikta, da GNT, o
qual discorreu sobre curiosidades, legislação, tecnologia e
aplicação das cores em alimentos e bebidas, comentando que elas dão
pistas sobre sabor e frescor, ajudam nos preparos, indicam maturação,
divertem e têm relações culturais e mercadológicas. Entre as maiores
tendências, Slikta apontou a oferta de produtos coloridos e
multicoloridos para atrair atenção, a exploração da sobreposição
de sabores doces e não doces, e o crescimento de alimentos com cores
naturais. Citando que as principais categorias de cores envolvem
corantes artificias, naturais e coloridos com alimentos (vegetais e
frutas), ele esclareceu como esse último é utilizado pela indústria,
trazendo como exemplo cenoura, tomate, espinafre, morango, e outras
matérias-primas. Essas, quando combinadas, criam uma infinidade de
cores que podem substituir corantes em diversas aplicações, e assim
respondem à procura por produtos mais naturais, saudáveis e com
rótulo limpo.

Andrea Schwartz, da Cramer, palestrou sobre “Redução de açúcar:
tendência ou realidade”, salientando que um dos maiores motivos para o
aumento da preocupação com saúde e bem-estar são os crescentes
índices de obesidade. De acordo com ela, o interesse atual não é
apenas por alimentar-se bem, mas por manter os pilares físico,
espiritual, de aprendizado e social/emocional; sendo a redução de
açúcar um item intrínseco ao físico, o qual exige descanso, prática
de exercícios e dieta equilibrada. Ao afirmar que o açúcar, assim
como o sal e a gordura, é demonizado pela maioria, Andrea observou que
esses componentes por si só não fazem mal, desde que ingerido com
equilíbrio: “O problema é da alimentação, não do alimento”. Ela
ainda destacou políticas adotadas por diferentes governos para impor a
redução de açúcar e demonstrou como as indústrias têm se adaptado
a isso, ressaltando que, além da legislação, é preciso levar em
consideração as preferências das pessoas: “Você não pode lançar um
produto e achar que todos os consumidores vão gostar. Eles precisam ser
segmentados”.

Para refletir sobre o que não pode ter e ocorrer no setor de
alimentos, a veterinária Letícia Dalberto apresentou o tema “Riscos
dos micro-organismos na cadeia produtiva”, ponderando que a quantidade
desses micro-organismos na comida impacta diretamente na saúde das
pessoas. Ao demonstrar dados sobre infecção provocada por salmonela,
ela esclareceu quais as fontes de contaminação e evidenciou a
importância da manipulação correta dos alimentos. Na sua avaliação,
é fundamental que o ser humano entenda a importância dele nesse
sistema: “Qualquer processo que ele não fizer como está recomendado
vai trazer consequências no produto final e pôr em risco a vida de uma
pessoa”. Entre as medidas para reduzir os riscos, Letícia listou: lavar
as mãos, conscientizar os colaboradores, tratar a água, lavar
estruturas e equipamentos, destinar adequadamente os resíduos, e
desenvolver programas de controles de pragas. “Nosso papel é produzir
proteína com qualidade, que não exponha as pessoas”, resumiu.

A 3ª Jornada Técnica do Setor Alimentício tem sequência nesta
quarta-feira (07) no Weiand Hotel, em Lajeado, com o segundo e último
dia do Workshop em Alimentos e com o Seminário do Leite e Derivados. O
evento é uma realização Acil com a coordenação executiva do GTA e
da Agea Marketing e Comunicação; e conta com o patrocínio master de
Saporiti, Solutaste, Mane, Univates, VittaQualy/Firmenich, Brenntag e
Bring e Takasago.

Foto: Clarissa Jaeger