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Conheça Phablo Alexsander o mochileiro de Roca Sales


Por Redação / Agora no Vale Publicado 02/08/2022
 Tempo de leitura estimado: 00:00
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Aos 25 anos e mochileiro convicto, Phablo Alexsander vive o sonho de conhecer o mundo e explorar cheiros, gostos e costumes, registrando tudo em belas paisagens; e uma trip constante ele desbrava o desconhecido em busca de um significado maior para sua existência

Reportagem de
Rodrigo Nascimento/ Agora no Vale

Foi mais ou menos há cinco anos que o jovem Phablo Alexsander descobriu a arte da fotografia. Naquela época, ele então decidiu dar uma guinada em sua vida. Deixou para trás o curso de Ciência da Computação, a vida tranquila na pacata Roca Sales e o emprego promissor na área de tecnologia da informação em um curtume do município. O que poderia ser o sonho de muitos tornou-se um peso na rotina do curioso Phablo, que quis conhecer tudo aquilo que não cabe em sua pequena cidade. Há três anos ele tornou-se mochileiro e diariamente experimenta o cheiro da vida que pulsa nos lugares mais distantes e inesperados. Ele transformou-se em cidadão do mundo e é extremamente feliz por isso.

“Querer trabalhar com a fotografia, somado com a curiosidade por explorar o exótico e desconhecido me fez querer viajar mais e mais. Eu sou um amante das culturas e das coisas que eu nunca vi na vida, gosto de me desafiar e fazer coisas que poucas pessoas fizeram e minha missão é registrar isso com minhas fotos para mostrar que a vida é diferente em cada lugarzinho desse mundo”, se define Phablo.

Foi atrás da verdade da fotografia que ele mudou, radicalmente o seu destino. Natural de Roca Sales, no Vale do Taquari, Phablo mantém ligação com a região. No entanto, prefere o mundo como quintal de casa. “As pessoas dizem que eu tenho muita coragem de fazer o que eu faço, na verdade, eu sinto mais medo do que coragem”, confessa. Segundo ele, o medo de viver uma vida “normal”, em Roca Sales o impulsiona a viajar, sempre. “Quero mudar a minha próxima geração, inspirar e incentivar pessoas a viajar também. Ser um cidadão do mundo é ser livre. Não existe nada melhor que liberdade.”

Em suas andanças, o mochileiro cruzou quatro países de carona. Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai foram conhecidos em uma única epopeia. “Cortei o maior deserto de sal do mundo, na Bolívia até o Deserto do Atacama, no Chile. A aventura foi feita abordo de um Jeep, foram 11.000 quilômetros de deserto”, revela.

Quando a pandemia bateu à porta da América Latina, Phablo passou perrengue. Teve que viver um tempo na rua, na fronteira do Uruguai e Brasil. “Literalmente, eu estava com outros moradores de rua vivendo alguns dias no Chuy. Minha aventura mais recente foi cruzar toda a Amazônia de barco, desde o Peru – Yurimaguas – até o Brasil, em Belém. Foram sete mil quilômetros de rios, quatro barcos e aproximadamente 25 dias”, recorda.

Amazônia, a paixão do mochileiro

Entre tudo aquilo que Phablo já viu e registrou em suas fotografias, a Amazônia, que ele chama de “Pulmão do Mundo”, é talvez a mais recente paixão. “Eu precisava sentir e conhecer o ‘Pulmão do Mundo’. Por isso me meti de cabeça nessas águas, queria provar a vida de como é estar em meio a selva, andando de barcos e conhecendo a cultura a Amazônica de perto. Acabou que eu me surpreendi muito mais e me apaixonei por esse lugar”, confirma.

O mochileiro explica que a Amazônia guarda segredos e histórias incríveis, assim como perturbadoras. “Quero voltar para lá e registrar tudo muito mais de perto. Etnias indígenas desconhecidas, povos ribeirinhos, gastronomia, as atividades de sobrevivência de quem vive lá dentro, tem muita coisa na Amazônia.”

Conectado com a terra, no mais amplo sentido de Pachamama, Phablo promete voltar à Amazônia. “O futuro da terra está lá, e ela já está sendo observada pelos grandes no poder, que estão tentando botar as mãos malignas nessas terras para criar seus negócios. Precisamos de força para não deixar isso acontecer e preservar a nossa natureza e os povos que vivem lá dentro”, alerta.

Círio de Nazaré, o próximo desafio

Desembarcado em Belém do Pará, no Norte do Brasil, o mochileiro do Vale prepara-se para mais uma imersão cultural, para registrar a riqueza da cultura brasileira. Phablo quer acompanhar o Círio de Nazaré, que deve ser retomado em outubro próximo. “É uma das maiores procissões religiosas do mundo que já existe a mais de 200 anos, sendo reconhecida como patrimônio histórico. O Círio de Nazaré recebe mais de 2 milhões de fiéis, de todo o mundo, que vêm pagar suas promessas e sentir de perto essa energia. Neste ano será 2 milhões e eu”, promete.

Na sequência, o aventureiro vai fazer a viagem do Pará para o Maranhão, na carona de um trem cargueiro. A viagem é estimada em 18 horas, cruzando o Brasil no sentido Norte – Nordeste. “Por enquanto esse são os maiores planos paro o futuro, o resto, vem aparecendo com o tempo”, planeja.

“Faça valer a pena”

Viver sem raízes fixas, quase como as plantas epífitas, pode ser um desafio para qualquer um. Não apenas mochileiros podem realizar o sonho de conhecer a grandiosidade do mundo que nos cerca. “Busque liberdade e não trabalhe só por dinheiro. Fazer as coisas com amor e paixão é tão importante quanto ter bens materiais”, ensina.

Phablo conta que é necessário buscar o autoconhecimento e a realização pessoal, mantendo a ética nas relações e não desejando, ou fazendo o mal para alguém. “Nunca deixe que os outros te digam o que você tem que fazer ou como você tem que ser. A vida é sua, e os seus sonhos só você pode realizar. Viva uma vida que quando você olhar para trás possa dizer que valeu a pena. Trabalhe muito, se esforce muito e acredite em você mais que tudo”, recomenda o mochileiro de Roca Sales.