Conheça o maestro que ajudou Teutônia a se tornar a Capital do Canto Coral no Brasil
O contato com a música é algo natural para o maestro Martin Altevogt, 44. Filho de pastor da Igreja Luterana (IECLB), desde a infância viu a mãe reger corais dentro das comunidades onde o seu pai atuava.
Com nove anos, já tocava instrumento harmônicos nos cultos junto com a família. Ao chegar na maioridade, se mudou para São Leopoldo, onde estudou Teologia e, paralelamente, faz um curso técnico de Música Sacra.
“Foi neste período que aprendi a tocar piano, passei a reger corais profissionalmente e a viver a música de uma forma muito mais intensa”, relata. Em 2002, Altevogt se formou em Regência de Coral pela UFRGS.
Morador de Teutônia desde 2004, o maestro é referência musical na cidade com título de Capital Nacional do Canto Coral. Desde 2009, assumiu o Coral Municipal de Teutônia, além de fundar outros coros na cidade como o Coral da Cooperativa Regional de Eletrificação Teutônia (Certel), em 2001 e o Vocal Languiru em 2019.
Atualmente, Altevogt é regente de sete corais em Teutônia, Carlos Barbosa, Feliz, Bom Princípio e Estância Velha.
Atividades profissionais atuais:
• Desde 2003 – Regente do Grupo Vocal TRAMAVOZ (Carlos Barbosa/RS)
• Desde 2009 – Regente do Coral Municipal de Teutônia/RS.
• Desde 2017 – Regente do Coro Elo de Vozes Femininas – Bom Princípio/RS.
• Desde 2017 – Regente do Coral da Comunidade/IECLB – Feliz/RS.
• Desde 2017 – Regente do Coral UNIÃO – Estância Velha/RS.
• Desde 2019 – Regente do VOCAL LANGUIRU – Teutônia/RS.
• Desde 2020 – Regente do Coral Masculino de Bom Princípio/RS
• Desde 2021 – Regente do Coral Municipal de Arroio do Meio/RS.
Entrevista
Agora no Vale – O que representa o canto coral para você?
Martin Altevogt – O canto coral, em seus diversos aspectos e manifestações, está presente na grande maioria das culturas mundiais, o que mostra que a atividade é um tipo de ação especificamente social, cultural e humana. Trabalhar com essa arte é um privilégio. São mais de 20 anos de experiência profissional.
Agora no Vale – Que benefícios o canto coral traz aos seus adeptos?
Martin Altevogt – O canto coral aproxima as pessoas e esta aproximação permite que os mesmos estabeleçam relações de amizade, hierarquia, valores humanos e papéis sociais interdependentes. Estas relações interpessoais levam o participante a se tornar mais consciente de seu papel no respeito ao outro.
Agora no Vale – O que você pode dizer sobre a volta do canto coral agora com o enfraquecimento da pandemia?
Martin Altevogt – A volta dos grupos corais está sendo gradativa. Os meus grupos nunca pararam, em 2020 somente se adaptaram para ensaios e produções virtuais. Em março de 2021 retomamos presencialmente em pequenos grupos, menos tempo de ensaio, uso de máscara, distanciamento controlado, espaços arejados e até ao ar livre, álcool gel… Desde agosto, já tenho realizado ensaios com mais cantores, praticamente todos já tomaram duas doses da vacina.
Agora no Vale – Conte uma apresentação marcante para você?
Martin Altevogt – Tenho uma bela lembrança de 2011, quando cinco dos meus grupos se reuniram num grande coral para três concertos natalinos. Está nos planos para 2022 reunir todos os coros sob a minha regência, serão 200 vozes em concerto.
Agora no Vale – Teutônia é a capital cultural do canto coral. O que significa esse título para você?
Martin Altevogt – Significa reconhecimento de todo um esforço da comunidade por mais de um século, dedicados a uma arte que mantem as pessoas unidas em torno da música.
Agora no Vale – Quais são as iniciativas para preservar e perpetuar esta tradição?
Martin Altevogt – Várias ações estão sendo constantemente propostas e realizadas. Investir na formação como ferramenta de transformação é a nossa meta principal. Desde 2012 foram realizados cursos para leitura de partitura coral (cantores e regentes) cursos de arranjo vocais (regentes) cursos de prática coral (cantores e regentes), curso de Softwares editores de partitura (regentes), curso de 200h (técnica vocal, arranjos, técnicas de regência e prática coral para regentes).
Agora no Vale – Quem foi o maior músico de todos os tempos, na sua avaliação?
Martin Altevogt – Para o Brasil, não podemos deixar de mencionar Heitor Villa-Lobos. Além de encabeçar a lista dos maiores compositores nacionais de todos os tempos, o carioca de Laranjeiras, nascido em 1887, é responsável pela criação de uma linguagem puramente brasileira para a música clássica.Ao longo da carreira, produziu mais de 1,5 mil obras entre música de orquestra, música de câmara, música vocal, e concertos para coral, piano e violão.