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Barqueiro mantém viva travessia pelo rio entre Colinas e Arroio do Meio


Por Redação / Agora no Vale Publicado 17/11/2021
 Tempo de leitura estimado: 00:00
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Renato Scheid realiza a travessia faz três anos após pedidos de usuários

O ponto onde hoje está localizado o Balneário Municipal de Arroio do Meio já serviu como travessia de balsa. Conhecido no passado0 como “passo do Costão”, o meio de transporte foi inaugurado em junho de 1911 e, por décadas, era a única forma de ligação entre as cidades de Arroio do Meio e Colinas.

Quem mantém viva até hoje essa ligação é o barqueiro Renato Scheid, 67. Ele realiza a travessia faz três anos após pedido de pessoas que utilizam diariamente o rio como meio de locomoção.

Scheid faz cerca de cinco travessias por dia. A maioria dos clientes são pessoas que vêm de Colinas para trabalhar ou comprar no comércio arroio-meense ou moradores de Arroio do Meio que se deslocam para parentes nas terras colinenses.

Embora a travessia pelo rio não seja regulamentada, Scheid garante a segurança do serviço e afirma que em três anos nenhum acidente aconteceu no local.

São cerca de cinco travessias feitas ao dia

Além disso, usar o barco diminui distância e tempo de deslocamento dos usuários. A travessia pelo rio leva menos de 10 minutos. Pelas estradas, a pessoa teria de se deslocar mais de 25 quilômetros, passando por Lajeado e Estrela.     

Entrevista

Agora no Vale – Por que realiza esse serviço?

Renato Scheid – Comecei depois que o antigo barqueiro faleceu. Ai o pessoal que usava o barco não tinha mais como atravessar. A mãe do rapaz me pediu para fazer o trabalho. Como sou eletricista aposentado e gosto de ficar pelo rio pescando, comecei a fazer as travessias, mais para ajudar as pessoas.

Agora no Vale – Como é para você manter viva essa ligação do passado?

Renato Scheid – Eu gosto de fazer isso, até pela amizade que a gente tem com o pessoal. O dinheiro que ganha acaba não fazendo tanta diferença para mim. Faço por que é um prazer ajudar.

Agora no Vale – O que se lembra da balsa?

Renato Scheid – Eu era muito pequeno na época da balsa. Mas me lembro que havia um cabo enorme que corria todo o rio. A balsa levava até carros e caminhões. Muita gente vinha com junta de bois pra atravessar também.  Depois tinha uma lancha que atravessava só pessoas. Na época, Colinas nem era município, então muitas pessoas vinham trabalhar em Arroio do Meio. Até hoje tem alguns resquícios dessa época. No lado de Colinas, havia o calçamento que foi reformado pela prefeitura. Também havia um paredão de tijolos no lado de Arroio do Meio.

Agora no Vale – É mais seguro andar pelo rio ou pela estrada?

Renato Scheid – Pra mim o rio é seguro. Me acostumei no rio e vivi no rio. Só não atravessamos quando está mais alto com as cheias e ai se forma muita correnteza. Em três anos trabalhando nunca aconteceu nada e nem me lembro de ter acontecido com outras pessoas que trabalhavam antes de mim.  

Agora no Vale – Há mobilizações para construir uma ponte entre Colinas e Arroio do Meio. O que pensa dessa proposta?

Renato Schei – É uma boa, pois dai nem precisaria do trabalho do barqueiro. Eu atravesso pela ajuda das pessoas, mas uma ponte serviria como ligação para as cidades. Inclusive iria incentivar moradores de outras cidades, como Colinas, a passar por Arroio do Meio.