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Cidade teme fechamento de usina termelétrica e perda de 5 mil empregos


Por Redação / Agora Publicado 17/01/2025
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usina candiota

A cidade de Candiota, no Sul do Rio Grande do Sul, enfrenta um momento de incerteza econômica com a paralisação das atividades da Usina Termelétrica Candiota III, que emprega cerca de 5 mil pessoas, mais da metade da força de trabalho local. Desde o dia 1º de janeiro, os contratos de geração e fornecimento de energia da usina não foram renovados, levando à interrupção das operações.

O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (MDB), manifestou confiança em uma solução emergencial. Nesta sexta-feira (17), está agendada uma reunião entre representantes da prefeitura, da usina e o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

“Acredito na sensibilidade das autoridades federais. Estamos trabalhando para que uma nova medida provisória prorrogue o contrato e evite esses prejuízos e demissões em massa”, disse o prefeito.

Impactos econômicos e sociais

Moradores da cidade, que abriga a maior reserva de carvão mineral do Brasil, expressam preocupação com o futuro. Para Alex Madruga Castro, técnico mecânico da usina, o fechamento significa recomeçar a vida longe da região.

“É ficar desempregado e deixar tudo para trás. Meu pai veio pra cá em 1964 para trabalhar na usina, e agora estamos vendo o fim desse ciclo. É desolador para toda a comunidade”, desabafou Alex.

Transição energética e desafios locais

A produção de energia em Candiota, baseada na queima de carvão mineral, é uma das mais baratas, mas também a mais poluente, contribuindo com emissões de dióxido de carbono e enxofre. O modelo depende de contratos de longo prazo para viabilizar os custos operacionais.

“O mundo inteiro fala em transição energética. Por que só a região do Pampa, uma das mais pobres do estado, não tem direito a isso? Não defendemos o uso eterno do carvão, mas acreditamos que o prazo ideal seria até 2043“, declarou Sérgio Görgen, coordenador da Comissão de Transição Energética do Pampa.

Caminhos para a retomada

A Âmbar, empresa que administra a usina desde que foi vendida pela Eletrobras em 2023, afirmou que, caso a medida provisória seja sancionada, a paralisação será breve e as atividades poderão ser retomadas.

A Prefeitura de Candiota aposta na aprovação da medida provisória pelo governo federal, garantindo contratos de fornecimento de energia até 2043. Enquanto isso, os trabalhadores seguem em manifestações na tentativa de sensibilizar as autoridades para a importância econômica e social da usina.

Cenário estratégico para o Brasil

Candiota é um polo estratégico para a geração de energia no Brasil. A energia produzida pela usina é enviada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que pode distribuí-la para qualquer região do país. Apesar da poluição gerada, o carvão mineral é uma fonte contínua de energia, que pode ser utilizada em momentos de maior demanda.