MPF investiga também investidores de criptomoedas
MP e Polícia Civil estão atendos a casos na região. Delegado de Venâncio Aires alerta que investimento em moedas virtuais exige cautela
Desde o começo do mês de fevereiro o Ministério Público Federal (MPF) divulgou que está atento as movimentações financeiras de duas corretoras que operam no mercado de criptomoedas em Novo Hamburgo. O órgão, com apoio da Receita Federal, avisou que além das empresas, os investidores que já se propagam em todo o RS, também serão investigados.
Alguns desses investidores são daqui do Vale do Taquari. O MPF salienta que a maioria dos envolvidos realizou depósitos bancários para as contas das empresas e com isso facilitará a identificação das pessoas. Tanto o ministério como a receita declaram o esquema como uma pirâmide financeira. Mas, tudo ainda está sob investigação.
De momento, no Vale do Taquari, ainda não há registros contra as empresas. Autoridades ligadas as esferas da segurança pública estão “de olho” e por enquanto apenas alertam para investimentos de altos riscos.
Segundo o delegado Vinicius Lourenço de Assunção, as criptomoedas não são reguladas por nenhuma autoridade monetária e não possuem lastro, em especial aqui no Brasil. Ele lembra que os próprios especialistas da área, dizem que as moedas eletrônicas possuem duas funcionalidades: a primeira, especulativa, de gerar ganhos para quem compra e vende, o que estimula a formação de bolhas financeiras; a segunda é a de dar suporte a atividades ilícitas, o que não significa que quem cometer crimes com o uso destas moedas estará isento de punições legais.
Leia o alerta do delegado Vinicius Lourenço de Assunção na íntegra
“Qualquer investimento, por mais simples que seja, requer planejamento. Estar consciente de que a taxa de retorno depende do risco assumido é fundamental para quem pretende investir. Via de regra, as pessoas mais cautelosas procuram investimentos financeiros atrelados à renda fixa ou acabam aplicando na conhecida caderneta de poupança, com remunerações normalmente mais baixas, porém menos oscilantes. Investimentos em aplicações de renda variável são recomendados para os que possuem um perfil mais arrojado, diante das constantes variações nos preços das ações.
Mais modernamente, têm se tornado bastante popular no país os investimentos em criptomoedas, com possibilidade de ganhos bastante atraentes se comparados com os investimentos tradicionais.
Todavia, uma série de cuidados devem ser adotados antes da decisão de investir em moedas virtuais. Inicialmente, saber que as criptomoedas não são reguladas por nenhuma autoridade monetária e que não possuem lastro é fundamental. Dito isso, o potencial investidor deve ter em mente que as perdas não são garantidas por qualquer fundo garantidor e que são comuns grandes oscilações em um único dia, tratando-se de um mercado com grande volatilidade.
Não aplicar parte significativa de seu patrimônio ou uma quantidade de dinheiro que poderá fazer falta é extremamente recomendável. Apesar de terem surgido há cerca de 10 anos, as moedas virtuais ainda são uma novidade e o investidor precisa estudar o negócio antes de investir.
Recomenda-se que os interessados em comprar a moeda virtual que têm pouca familiaridade com a tecnologia procurem uma corretora especializada para negociar esse ativo. Mas devem ficar atentos aos custos para manter uma conta. É preciso analisar as taxas de administração, custos por transação e de como será a transação propriamente dita. Procurar uma empresaidônea é de suma importância, o que não é tarefa fácil.
Uma corretora de criptomoedas funciona de forma similar às casas de compra e venda de moeda estrangeira em bancos ou aeroportos. Elas permitem que você compre e venda criptomoedas a um preço específico, que geralmente inclui o preço da mesma no mercado, além de uma taxa para a corretora.
Verificar se a corretora de criptomoedas possui regulações das autoridades financeiras mais rigorosas, como a CySEC e a FCA é altamente recomendável. No Brasil, o Banco Central não reconhece as criptomoedas como moedas, mas como meros ativos financeiros, não possuindo qualquer ingerência sobre este mercado.”
Redação