Facção ordenou ataque que matou dois jovens e feriu criança de 5 anos em Porto Alegre


Operação Zero Sete prendeu quatro suspeitos do crime ocorrido no Natal, vinculado à disputa entre facções rivais na capital gaúcha.
O ataque aconteceu na noite de Natal, quando criminosos armados abriram fogo contra um grupo na esquina das ruas Butuí e Ursa Maior, na zona sul de Porto Alegre. Luiz William Valença Dijon, 22 anos, e Liedson Lemos Padilha, 21, morreram, enquanto um menino de cinco anos foi baleado quatro vezes e sobreviveu. A Polícia Civil aponta que o crime foi ordenado por uma facção da zona leste da cidade, ligada à guerra pelo controle do tráfico.
A Operação Zero Sete, deflagrada nesta quinta-feira (20) pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Brigada Militar e Polícia Penal, prendeu quatro suspeitos, incluindo dois executores, um mandante e uma liderança. Segundo a investigação, o alvo real do ataque não estava no local.
Disputa entre facções e vítimas inocentes
A morte de Luiz William e Liedson ocorreu no contexto da rivalidade entre duas facções: uma originária da Vila Cruzeiro, na zona sul, e outra do bairro Bom Jesus, na zona leste. Liedson, barbeiro desde a adolescência, e Luiz William, cuidador de idosos, não tinham envolvimento com o crime. Naquela noite, estavam apenas conversando com amigos quando foram surpreendidos pelos disparos.
Criança sobrevive, mas convive com traumas
O menino ferido segue com balas alojadas no corpo. A mãe, que trabalha como segurança, diz que ele está assustado e teme a presença de estranhos. Desde o ataque, moradores da Vila Pedreira realizaram protestos e pintaram grafites em homenagem às vítimas.
Expansão da guerra do tráfico
As investigações indicam que integrantes da facção da zona sul migraram para o grupo rival, levando informações que impulsionaram os ataques. Além do crime no Natal, um caso de tortura e execução ocorrido em janeiro também faz parte dessa disputa.
Ação policial e combate ao crime organizado
A operação desta quinta-feira cumpriu 17 mandados de prisão em Porto Alegre, Alvorada e Charqueadas, resultando em 11 prisões. Segundo o DHPP, a ofensiva visa desarticular as facções envolvidas em homicídios e controlar a escalada da violência.
A Brigada Militar mantém reforço policial nas áreas afetadas, enquanto as autoridades aplicam a estratégia de dissuasão focada, que responsabiliza lideranças criminosas e busca reduzir execuções ligadas ao tráfico.
Fonte: GZH