Donos de agência de turismo são indiciados por estelionato após suspeita de golpe contra clientes


Investigação aponta que empresa vendeu pacotes de viagem sem fornecer os serviços; prejuízo estimado ultrapassa R$ 2 milhões
Os proprietários de uma agência de turismo localizada em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foram indiciados pela Polícia Civil por estelionato e crime contra as relações de consumo. A investigação teve início após dezenas de clientes denunciarem que pagaram por pacotes de viagens, mas não receberam os serviços contratados.
Os empresários responsáveis pela Orange Travel foram presos no início de janeiro. Diego Ferreira Souza segue preso preventivamente, enquanto Luana Rocha Gomes está em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica desde sexta-feira (14).
A defesa de Diego Ferreira informou que ainda não irá se manifestar, pois recebeu o inquérito recentemente. Já os advogados de Luana afirmaram que o indiciamento já era esperado, considerando o volume de denúncias registradas. Segundo a defesa, a prioridade é viabilizar um plano de recuperação judicial para indenizar as vítimas.
Mais de 500 vítimas e prejuízo milionário
De acordo com a delegada Jeiselaure de Souza, a primeira fase da investigação identificou danos a 96 vítimas, que tiveram um prejuízo de quase R$ 400 mil. Contudo, a estimativa inicial da polícia aponta mais de 500 ocorrências registradas, com um prejuízo total superior a R$ 2 milhões.
Como funcionava o golpe
Os clientes da agência começaram a se organizar em grupos de mensagens e a acionar a polícia e o Procon após perceberem que seus pacotes de viagens estavam sendo cancelados sem qualquer perspectiva de reembolso.
As primeiras denúncias surgiram no meio do ano passado. Na época, a proprietária da agência alegou dificuldades financeiras causadas pela pandemia e prometeu reembolsar os clientes até julho de 2025. No entanto, novas denúncias indicaram que os cancelamentos ocorriam logo após os pagamentos, sem justificativa plausível ou aviso prévio.
Os pacotes oferecidos incluíam destinos como Orlando, Montevidéu, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Atacama e Punta Cana, com valores variando entre R$ 1,5 mil e R$ 52 mil por cliente.
Histórico de fraudes
Segundo a delegada, os donos da Orange Travel já possuíam antecedentes pela prática do mesmo crime em outra agência de turismo, que faliu sem ressarcir as vítimas. Os empresários, no entanto, contestam essa informação.
A investigação segue em andamento para identificar mais vítimas e levantar o total de prejuízos causados pela agência.
Fonte: GZH