Movimento Sul Universal celebra a diversidade musical do Rio Grande do Sul


O movimento estético e artístico une a pluralidade rítmica do RS com influências brasileiras e latino-americanas, promovendo um diálogo entre o regional e o universal
Também serão apresentadas as primeiras ações do MSU: a Associação, a Escola, o Podcast e o 1º Festival Sul Universal, que vai circular por Encantado, Lajeado, Osório, Pelotas e Porto Alegre
O Rio Grande do Sul é um Estado brasileiro que musicalmente e artisticamente se nutre de todas as fontes da dita brasilidade, em todas as suas ricas vertentes rítmicas e estéticas. E, ao mesmo tempo, devido a sua localização geográfica fronteiriça, nutre-se também da música latino-americana, especialmente da Argentina e Uruguai. Musicalmente, essa característica de Fronteira faz do Estado do RS uma região bastante peculiar, dotada de uma linguagem “particular”, original e mesmo regional/fronteiriça, que dialoga com propriedade e amplitude com o “universal”.
Essa música genuína, fusão de ritmos brasileiros e latino-americanos, transita com absoluta naturalidade também, e desde sempre, entre milongas, chamamés, zambas, chacareras e muita música brasileira. Numa perspectiva artística regional e internacional, pode ser facilmente classificada como World Music ou mesmo simplesmente Jazz quando somente instrumental.
Essa transversalidade de linguagens no contexto da música feita no RS, criou uma atmosfera, uma estética e sonoridade própria. E nisso reside o que se designou como Movimento Sul Universal, um coletivo de músicos e grupos constituído de forma organizada e atuante na cena cultural do Estado, do país e do mundo, com o objetivo de fomentar essa produção musical.
“Como diz em nosso manifesto, a ideia da sonoridade Sul Universal não é algo novo em si. Geraldo Flach, Luiz Carlos Borges, Renato Borghetti, e mesmo Vitor Ramil, Raul Ellwanger e tantos outros já faziam isso. O que é novo agora é que um grupo de pessoas percebeu que isso fazia e faz parte de um contexto de movimento artístico e estético”, explicam os organizadores do Movimento.
“Inicialmente, o que veio a se chamar de Sul Universal iniciou após uma edição do Bento Jazz & Wine Festival, onde 15 grupos que se apresentaram lá tinham esta sonoridade. Reunidos pós Festival, 5 grupos começaram a debater a respeito e surgiu dali a chama inicial de tudo isso. Eram 5 grupos que fazem música instrumental, mas que logo percebeu que o Sul Universal não residia só neste tipo de música. Daí fomos ampliando o entendimento de tudo isso, incluímos artistas que cantam, estilos afro-gaúchos como a Tamborada, o Hip Hop do Rapajador (grupo de Caxias) que mistura ritmos gaúchos com Rap, e tudo isso foi gestado em um período de dois anos de debates e pesquisas”.
Finalmente após as enchentes de maio de 24, o MSU se estruturou definitivamente, inclusive para ampliar e diversificar sua composição. Em sua essência, um movimento que valoriza a pluralidade e a coletividade na música.
No dia 22 de fevereiro, no Grezz Espaço Cultural (Rua Almirante Barroso, 328 – bairro Floresta, Porto Alegre), acontece o lançamento do Movimento Sul Universal e a apresentação das suas primeiras ações: a Associação, a Escola, o Podcast e o Festival Sul Universal, que vai circular, em sua primeira edição, por cinco cidades: Encantado, Lajeado, Osório, Pelotas e Porto Alegre.
O evento, gratuito e aberto ao público, será em ritmo de uma grande celebração e festa com Kako Xavier e o Baile da Tamborada, diretamente de Pelotas e da Praia do Cassino, e com a participação de músicos convidados.
A 1ª edição do Festival de Música Sul Universal foi contemplada no Edital SEDAC nº 32/2024 PNAB RS – MÚSICA e conta com o financiamento da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), programa do Ministério da Cultura do Governo Federal.