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Lutador de Arroio do Meio coleciona medalhas e boas ações


Por Redação / Agora no Vale Publicado 29/09/2021
 Tempo de leitura estimado: 00:00
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Os 116 quilos e 1,92 metro de altura ajudaram Eduardo Friedrich, 37, a conquistar mais de 20 títulos no jiu-jitsu e ganhar o apelido de “Gigante”. Além das conquistas, o lutador de Arroio do Meio também se mostra enorme ao dar aulas gratuitas para crianças com síndrome de Down e portadoras de autismo.

A trajetória de Friedrich nas artes marciais iniciou faz 15 anos com o muay thai. Objetivo na época era perder peso e melhorar o condicionamento físico.

Aos poucos, o atleta foi testando outros estilos de luta como o boxe, judô e jiu-jitsu. A primeira competição foi disputada em 2014. Se tratava da Copa Prime, sediada pela PUC, em Porto Alegre.

“Comecei a competir pois queria provar que não era um perdedor. Queria vencer apenas uma luta”, recorda.

Friedrich acabou se destacando e conquistando títulos. Ele é 20 vezes campeão gaúcho de jiu-jitsu nas categorias Absoluto e Master 2/Pesadíssimo. Também conquistou duas vezes o campeonato sul-brasileiro.

Próximos desafios do lutador serão o campeonato brasileiro de jiu-jitsu, programado para setembro de 2022. Caso vença essa competição, tentará o título mundial, na Califórnia, em 2023.

Cidadãos melhores

Nos últimos três anos, Friedrich também se tornou professor de jiu-jitsu. Inicialmente atuava em uma academia de Lajeado, mas no último ano abriu o próprio espaço no centro de Arroio do Meio.

A academia Alliance Jiu-Jitsu Team da cidade atende mais de 50 alunos. “Trabalho apenas com crianças. Meu objetivo não é apenas formar atletas, mas cidadãos melhores”, reforça.

O professor também dá aulas particulares para sete crianças com autismo ou síndrome de Down. Ação tem como objetivo incentivar outros professores a fazer o mesmo e alertar autoridades para dificuldades desses jovens conseguirem atendimentos qualificados.

Outras ações sociais que ganham destaque são as campanhas de agasalho, alimentos e brinquedos realizadas anualmente. Na época natalina, Friedrich se veste de Papai-Noel para levar presentes às crianças.

O interesse pelas ações sociais veio da infância difícil. Em entrevista ao Agora no Vale, Friedrich conta o que motivou às campanhas de ajuda ao próximo e elenca momentos marcantes da carreira.

ENTREVISTA

Agora no Vale – Como surgiu o apelido?

Eduardo Friedrich – O apelido surgiu com o meu primeiro professor que me chamava de Gigante por causa da altura. Hoje, já é normal ter crianças maiores, mas há 20 anos atrás isso não era tão comum. O apelido acabou ganhou força com os benefícios que tento trazer as crianças

Agora no Vale – O que te fez evoluir de apenas um aluno de artes marciais para atleta e professor?

Eduardo Friedrich – A arte marcial desperta essa vontade de alcançar objetivos. A minha meta inicial era perder peso e ficava feliz quando eliminava um, dois quilos por mês. Com o tempo a gente quer se conhecer, se testar. Aí chegam as competições. Quando competimos muito, o próximo passo é passar essa experiência aos outros.

Agora no Vale – Como foi a primeira competição que participou?

Eduardo Friedrich – Eu era muito inexperiente e lutei contra pessoas mais experientes. Perdi nos pontos, mas senti que poderia ter dado muito mais, só que precisava seguir os treinos.

Agora no Vale – O que te motivou a seguir mesmo após essa derrota?

Eduardo Friedrich – Fui competir, pois na trajetória da minha vida me achava um perdedor. Então decidi que queria sentir o gosto da vitória. Não consegui vencer a primeira luta, mas era esse o caminho. Quando comecei, queria vencer apenas uma luta. Hoje sou 10 vezes campeão gaúcho e duas vezes sul-brasileiro. Eu não era perdedor, estava criando a carga para começar a vencer.  

Agora no Vale – Qual o título mais relevante para ti?

Eduardo Friedrich – O principal é o Sul-Brasileiro que conquistei em Florianópolis (2020). Às vezes, a luta é a coisa mais fácil. Pior é chegar no lugar. Nesse caso, trabalhei o dia todo na loja de produtos personalizados que tinha, peguei o carro e fui para Florianópolis. Fui lutar direto, sem dormir. De tão desgastado que estava, nem consegui ficar nervoso. Esse foi o título mais importante e mais gratificante pelo trabalho que tive para chegar lá.

Agora no Vale – O que te fez optar pelo jiu jitus?

Eduardo Friedrich – É uma arte marcial diferente, pois se vou lutar no Rio de Janeiro consigo ficar na academia do meu adversário. Ele não é meu inimigo, ele é um companheiro de trabalho. Difícil ver no jiu jitsu essas rixas que vemos no MMA, por exemplo. É uma filosofia de vida. A arte marcial também é a mais completa de toda com técnicas sobre técnicas. Sempre há novas para aprender.

Agora no Vale – Por que começou a realizar ações sociais?

Eduardo Friedrich – Talvez venha desde o ventre. Quando nasci, minha mãe me deixou no hospital. Fui adotado com quatro dias por uma família de Arroio do Meio. Durante a trajetória de vida, passei por muitas turbulências de violência doméstica. Realizo essas ações sociais para que outras pessoas não passem pelo que passei.