Venezuela fecha fronteira com o Brasil após posse de Nicolás Maduro


Brasília – O governo venezuelano anunciou o fechamento temporário da fronteira com o Brasil. A medida, que permanecerá em vigor até a próxima segunda-feira (13), ocorre em meio a tensões políticas e acusações de fraude eleitoral que marcaram a posse do presidente Nicolás Maduro para seu terceiro mandato.
O fechamento da fronteira foi comunicado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) e reflete o clima de instabilidade política na Venezuela. Durante a cerimônia de posse, realizada na Assembleia Nacional da Venezuela, em Caracas, Maduro defendeu a legitimidade de seu novo mandato, que se estenderá até 2031. Ele destacou que “as tentativas de impedir sua posse fracassaram”, em referência às críticas de governos internacionais e organizações que questionaram a lisura do processo eleitoral.
Tensões
O período pré-posse foi marcado por episódios de animosidade entre governo e oposição. Entre os eventos de maior repercussão, destacam-se:
- A prisão e posterior liberação de María Corina Machado, uma importante figura da oposição, que foi forçada a negar sua detenção em vídeos divulgados pelo governo.
- A detenção do ex-candidato presidencial Enrique Márquez, acusado de envolvimento em uma suposta articulação de golpe de Estado.
Essas ações reforçaram as alegações de perseguição política feitas pela oposição e alimentaram o ceticismo internacional sobre a legitimidade das eleições.
Impactos
O fechamento da fronteira com o Brasil afeta diretamente o fluxo de mercadorias e pessoas, especialmente na região de Pacaraima, em Roraima, onde muitos venezuelanos buscam abrigo ou melhores condições de vida. A medida também intensifica os desafios humanitários já enfrentados na região, que é um dos principais pontos de entrada de imigrantes venezuelanos no Brasil.
Repercussão
Diversos países contestaram o resultado eleitoral na Venezuela, alegando irregularidades e fraude. Organizações de direitos humanos também denunciaram repressão a opositores e violações das liberdades civis.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, monitora a situação e mantém diálogo com autoridades locais para minimizar impactos humanitários e assegurar assistência aos afetados pela crise.