Cada vez mais brasileiros são reféns da “vizinhança”
Cerca de 23 milhões de brasileiros vivem sob o controle de facções criminosas e milicianos em favelas, comunidades e bairros, com controle sobre tudo
No Brasil, cerca de 23 milhões de pessoas convivem diariamente com a presença de facções criminosas ou milicianos em seus próprios bairros. Este cenário alarmante significa que, a cada 100 brasileiros, 14 residem em áreas dominadas pelo crime organizado, onde até mesmo o fornecimento de serviços essenciais, como internet e TV, está sob o controle dessas organizações.
O problema é particularmente grave no Rio de Janeiro, onde o controle territorial por grupos armados aumentou mais de 100% nos últimos 16 anos. Em todo o país, estima-se que pelo menos 88 facções criminosas estejam em operação, afetando a vida de milhões de cidadãos.
Desigualdade na segurança
A situação é ainda mais crítica nas periferias urbanas, onde os moradores estão mais vulneráveis ao domínio do crime organizado. Enquanto isso, em bairros mais abastados, é comum a contratação de segurança privada, uma realidade presente em quase 29 milhões de lares brasileiros.
A falha do Estado e a expansão do crime organizado
Mesmo com a presença de mais de 1.500 instituições de segurança pública, o Brasil não conseguiu conter a expansão das gangues, que movimentam o equivalente a 3% do PIB nacional por meio do tráfico de drogas. Esta realidade coloca o país em uma situação preocupante, com impactos que se estendem a todas as regiões.
Insegurança generalizada e impacto nas eleições
A sensação de insegurança no Brasil não se restringe às áreas controladas por facções criminosas. Dados mostram que o Brasil é o país com a maior insatisfação em relação à segurança pessoal no mundo. Enquanto a média global de sensação de proteção é de 73%, no Brasil, esse índice cai para apenas 53%.
Essa insatisfação reflete diretamente nas preocupações da população, especialmente em períodos eleitorais. O crime e a violência são as maiores inquietações dos brasileiros e influenciam significativamente as decisões de voto nas eleições municipais.
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