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Ambulantes repudiam desistência de construção de Camelódromo em Lajeado


Por Redação / Agora no Vale Publicado 22/09/2020
 Tempo de leitura estimado: 00:00
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Vendedores reclamam que autoridades estão tirando a dignidade de um trabalho sério

Os vendedores de rua de Lajeado repudiam a desistência a administração municipal de Lajeado em construir um camelódromo na cidade. O representante deles, Nonato Alvares de Medeiros Soares, natural da Paraíba, contesta e diz que a audiência pública deveria ser feita com a população e não com os comerciantes, que ele chama de concorrentes e incomodados.

Soares veio para Lajeado há 14 anos como vendedor ambulante. Trabalhou por anos nesta área e hoje é consultor de vendas em uma empresa, mas defende a causa porque alega conhecer de perto as necessidades e angustias que eles sofrem.  

Ele contesta uma entrevista de um secretario de Lajeado. “Ele disse que o camelódromo não está em nosso costume. Mas, ai eu questiono: não está em nosso costume o que? Não está no nosso costume fazer o correto? Não está no costume dar um lugar digno para esses pais de família que estão na rua?”, reclama ele.

O vendedor afirma que os ambulantes pedem a construção de um camelódromo para  melhorar a relação entre todos na cidade. “Não estamos pedindo nada de graça. Só que a prefeitura construa o espaço e depois cobre o aluguel.”

Nonato defende ainda que várias cidades deram exemplo de camelódromo. “A cidade não está no habito porque não tem um espaço assim.” Ele diz que a população quer isso. “Há publico sim. Claro que as grandes lojas não vão querer porque estão concorrendo diretamente com eles.”

Ele diz ainda que “esses mesmos empresários que não querem camelódromos locais, vão pra grandes cidades comprar roupas em camelódromos e vendem aqui por valores absurdos. Ai reclamam que os vendedores estão nas calçadas. Então façam um espaço.”

Debate sobre camelódromo

Durante reunião do Fórum das Entidades na segunda-feira, os dirigentes das principais instituições representativas da cidade expuseram seus argumentos que justificam a posição contrária à criação de um camelódromo que concentraria a atividade em um único local.

Com a presença dos secretários de Desenvolvimento Econômico, André Bucker; Planejamento e Urbanismo, Giancarlo Bervian; e de Segurança Pública, Paulo Roberto Locatelli; o prefeito Marcelo Caumo garantiu: “Não vamos insistir no camelódromo”.

Presidente do Sindilojas Vale do Taquari, Francisco Weimer afirmou que uma das maiores preocupações do sindicato é quanto à segurança da população e ressaltou que, para a entidade, deslocar os ambulantes para um único local não é a melhor alternativa.

Da mesma forma, o vice-presidente de Serviço da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Lajeado, Nilton Colombo, destacou que a CDL não apoia a ideia por não ver a necessidade de um camelódromo, visto que se tratam de produtos disponíveis no mercado, e por considerar que esta seria uma forma de liberar o trabalho à margem da lei.

Para ele, isso causa desconforto e pune os empresários que pagam seus impostos e geram emprego e renda na cidade. “Não são ambulantes, são comerciantes estabelecidos em locais fixos. São sempre os mesmos nos mesmos lugares vendendo as mesmas coisas. Eles poderiam se estabelecer em uma loja, da forma como todos nós fazemos”, considerou o dirigente, que ainda questionou os demais: “É esta Lajeado que nós queremos?”

Transversais

Bervian lembrou que, conforme decreto municipal, os ambulantes estão autorizados a exercerem suas atividades nas ruas transversais à Julio de Castilhos, desde que respeitados os cinco metros de distância das esquinas, e que essa teria sido uma alternativa temporária, porém até o momento autorizada por lei.

A permissão foi questionada pelos presentes, pois, de acordo com Colombo, contraria o Código de Posturas da cidade, o qual proíbe o uso de calçadas para ações que prejudiquem a circulação de pessoas: “Se tem um decreto que permite isso, ele precisa ser revisto, porque está em contradição”.

Comissão

O Prefeito destacou que a situação dos ambulantes já vem sendo debatida entre o governo e o Fórum desde 2017 e que, na sua avaliação, apesar de ainda não ser o cenário atual, há uma grande melhoria, principalmente na Júlio de Castilhos.

Segundo ele, há uma série de questões, inclusive técnicas e estratégicas, que precisam ser consideradas e por isso ele propôs a criação de uma comissão que poderá se debruçar novamente no tema para discutir as alternativas e encontrar soluções, especialmente revendo o regramento do decreto em vigor.


A partir disso, ficou determinado que, além dos quatros membros do governo municipal presentes na reunião, o grupo contará com a participação de Nilton Colombo, da CDL Lajeado; Giraldo Sandri, do Sindilojas VT; Marco Daniel Rockenbach, do Sindicomerciários; e Rômulo Vier, da Acil; bem como representantes dos órgãos de segurança. O primeiro encontro está agendado para a próxima quarta-feira (23), às 8h30min, na prefeitura.

O Fórum
Integram o Fórum as seguintes entidades:

  • Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil);
  • Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro);
  • Associação das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Vale do Taquari (Aescon VT);
  • Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL Lajeado);
  • Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC VT);
  • Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA);
  •  Junior Chamber International Lajeado (JCI Lajeado);
  • Núcleo de Arquitetos da ACIL;
  •  Observatório Social de Lajeado (OS Lajeado);
  •  Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Lajeado);
  • Sindicato do Comércio Varejista do Vale do Taquari (Sindilojas VT);
  • Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade do Vale do Taquari (Sincovat);
  •  Sindicato da Indústria da Construção Civil e Similares do Vale do Taquari (Sinduscom VT)
  • Sociedade dos Arquitetos e Engenheiros do Vale do Taquari (Seavat).

Redação