TRANSTORNO DE ANSIEDADE – Toda ansiedade é patológica?


A ansiedade é uma reação normal do ser humano. É um estado de alerta manifestado pelo cérebro para propiciar um movimento protetivo diante de uma situação que possa oferecer algum grau de risco. Nos primórdios da historia, diante das ameaças eminentes frente aos animais de caça e a vida nas cavernas, a ansiedade certamente foi muito útil e importante para deixar o homem alerta e por isso, ser protetiva diante das ameaças.
Não é diferente hoje. Estar ansioso diante de uma situação desconhecida é normal. Uma prova da Escola, uma reunião importante, uma viagem, um primeiro encontro (e tantas outras) são situações geradoras de ansiedade, provocam reações químicas no cérebro e nos deixam em estado de alerta, para conduzirmos a situação de forma a estarmos mais “ligados”. Normalmente, são estados de ansiedade que passam com mais rapidez, não exigem um grande esforço para serem controladas e são normalmente advindas de uma causa específica e determinada.
No entanto, quando esse grau de alerta fica sobressaliente, ultrapassa o nível de necessidade de vigilância, fica desproporcional ao estimulo oferecido, ele gera sensações e emoções de difícil controle e que ocasionam importantes prejuízos a vida do indivíduo. Neste caso, somado a integralidade dos critérios diagnósticos, entendemos que a ansiedade passa a ser patológica.
Sintomas corporais como taquicardia, sudorese, dor no peito, tremores, dificuldades no sono, sensação de fraqueza, falta de ar, entre outros, são características que podem estar associadas ao quadro de ansiedade patológica. Estado de alerta e angustia sem causa aparente, sensação de desespero, medo excessivo, pensamento acelerado e dificuldade de se auto-regular diante de uma situação específica que possa ser geradora de angústia e/ou estresse, são fatores que estão associados a ansiedade patológica. MAS, vale salientar que é importante avaliar e descartar questões orgânicas com o médico de referência, para então, associado a análise de critérios diagnósticos, concluir sobre a psicopatologia e propiciar o tratamento adequado.
MAS OLHA QUE CURIOSO: Quando acometido de uma ansiedade patológica, o corpo produz mecanismos de alerta que ficam desregulados e ocasionam inclusive reações físicas, ou seja, costumo dizer aos meus pacientes, nos atendimentos de psicoeducação, que as sensações são reais. São produzidas pelo corpo que, nesta situação, está emitindo um alerta inadequado (por razões que serão trabalhadas na psicoterapia e que são singulares a cada caso).
Tendo dito isso, vale reforçar que falar sobre a ansiedade é no mínimo desafiador em um curto espaço, porque dentro dos transtornos de ansiedade, temos vários outros quadros que se englobam a este, como o Transtorno do Pânico, a Agorafobia, o Transtorno de Ansiedade Social (…) (podemos falar sobre cada um deles de forma individual em outros momentos), assim como, comorbidades que podem estar associadas aos quadros de ansiedade. Explico aos meus pacientes que é como se a ansiedade fosse um grande guarda chuva e que nele, existem muitos outros transtornos que são provenientes e/ou associados.
Não há uma faixa etária específica para o início dos sintomas de ansiedade, ele acomete crianças, adolescentes, adultos e idosos. Existem estudos específicos e profissionais capacitados para cada área e finalidade. Segundo o último Mapeamento de Transtornos Mentais da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de ansiosos no mundo (cerca de 10% da população).
VEJA BEM – A VIDA PODE SER BEM MAIS LEVE – A boa notícia é que os tratamentos voltados a ansiedade tem importante eficácia. É fundamental realizar o diagnóstico e seguir a orientação dos profissionais envolvidos, seja na terapia medicamentosa e/ou na psicoterapia. O risco de agravo e de associações de comorbidades é visivelmente possível, por isso, avaliar os sintomas e realizar um tratamento adequado de forma precoce, é um indicativo, um caminho para uma melhor qualidade de vida.
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Psicóloga Mauriceia Eloisa Moraes CRP 07/26581
Gestão e Supervisão em psicologia clínica