CRIATIVIDADE – Como é bom ser criança!


O que é ser uma pessoa criativa? É comum vermos crianças serem bastante
criativas, mas e adultos? Perdemos nossa criatividade ao longo do desenvolvimento? A
resposta não é simples, mas em resumo: SIM e NÃO.
Naturalmente, com o passar do tempo e amadurecimento do nosso cérebro,
deixamos a fantasia de lado para dar lugar ao mundo como ele é, de maneira mais
concreta, para as necessidades da vida adulta. Por isso, nesta fase da vida, utilizamos
a criatividade para resolver problemas, pensar em diferentes possibilidades, planejar
maneiras de colocar em prática, imaginar qual resultado é o que melhor se adapta à
necessidade que temos, e após, colocar em prática a resolução.
Existem estratégias criativas para a resolução de problemas que podemos utilizar.
Apesar da possibilidade de serem ensinadas formalmente, de maneira geral, tais
estratégias originam-se das experiências de vida de cada um, sua aprendizagem,
habilidades cognitivas, e demais aspectos envolvidos na busca da solução. As
estratégias que utilizamos são maleáveis, podendo variar conforme o contexto em que
nos encontramos e da singularidade do processo criativo da pessoa (Alencar et al., 2010,
Nakano, 2011).
Alguns autores (Gardner, 1996; Wechsler, 2001) entendem que a criatividade é
estimulada conforme o contexto em que a pessoa se encontra. Entretanto, entende-se
que toda pessoa tem o potencial e a capacidade dentro de si, para fazer coisas
grandiosas e geniosas. Contudo, o lado criativo desenvolve-se de diferentes formas em
cada pessoa, de modo que, para alguns de nós, é mais fácil acessá-lo.
Para Torrance (1976), um dos principais autores no estudo da criatividade como
um construto psicológico, as pessoas tem preferência por aprender, bem como o fazem
com mais qualidade, quando ocorre de maneira criativa. E é neste ponto em que
voltamos a falar das crianças, fase em que as regras e limites do mundo adulto ainda
não está formado. Brincar, criar, imaginar sem limites dentro da brincadeira, flexibilizar a
nossa forma de pensar, é saudável e criativo para todas as idades. Nos gera a sensação
de bem-estar, proporcionando qualidade de vida e saúde mental (Alencar et al., 2010).
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é um estado
de completo bem-estar mental, físico e social, não ficando restrito apenas à ausência de
doença (ver mais em www.who.int).
Desse modo, entende-se que ambos conceitos podem influenciar-se mutuamente, já que possivelmente a criatividade influencia a saúde mental e vice-versa (Oliveira et al., 2016). Por isso, brinque, crie, procure pensar “fora da caixa”, ter fluência de ideias e flexibilizar seus pensamentos, principalmente nos problemas que você busca resolver no dia-a-dia.
Conteúdo escrito pela
Psicóloga Vanessa Pederiva
Referências
Alencar, E. M. L. S.; Bruno-Faria, M. F.; Fleith, D. S (2010) Medidas de criatividade:
teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
Gardner, H. (1996) Mentes que Criam: Uma Anatomia da Criatividade Observada Através
das Vidas de Freud, Einstein, Picasso, Stravinsky, Eliot, Graham e Gandhi. Porto
Alegre: Artes Médicas.
Nakano, T. C. (2011) Programas de treinamento em criatividade: conhecendo as
práticas e resultados. Psicologia Escolar e Educacional, 15(2), 311-322.
Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
8557201100020001
Oliveira, K. S.; Nakano, T. C.; & Wechsler, S. M. (2016) Criatividade e saúde mental:
uma revisão da produção científica na última década. Temas em Psicologia, 24(4),
1493-1506. http://dx.doi.org/10.9788/TP2016.4-16
Torrance, E. P. (1976) Criatividade: medidas, testes e avaliações. São Paulo: Ibrasa.
Wechsler, S. M. (2001) Criatividade na cultura brasileira: Uma década de estudos.
Psicologia: teoria, investigação e prática, 6(1), 215-227.
https://www.researchgate.net/publication/242612713_Criatividade_na_cultura_brasi
leira_uma_decada_de_estudos