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Você sabe qual é o seu Estilo Parental?!


Por Redação / Agora Publicado 11/05/2023
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A grande maioria dos pais não sabem que existem estilos parentais, muito menos que se tem um, até se depararem efetivamente com a educação dos filhos. Estudos mostram que o estilo parental dos pais, ou seja, a maneira que os pais lidam e educam os filhos, têm um forte impacto na formação de aspectos emocionais, socioemocionais e comportamentais dos filhos, podendo impactar diretamente no desempenho escolar dos filhos. Filhos de pais com o estilo parental autoritário e permissivo possuem um maior índice de notas baixas. Já os filhos de pais com o estilo parental assertivo, tendem a desenvolver mais aspectos positivos, tanto emocional quanto social e intelectualmente.

Os estilos parentais

Com a chegada de um bebê e a mudança na dinâmica familiar, os pais assumem posicionamentos que caracterizam seu estilo parental. Esses estilos parentais são formados por um conjunto de atitudes, ações e práticas dos pais, que caracterizam aspectos da interação entre pais e filhos, como: tom de voz, expressões faciais, linguagem corporal, mudança de humor e práticas para corrigir e incentivar os filhos.
Identificar o seu estilo parental e compreender o impacto das características desse estilo a curto e longo prazo na vida dos filhos, pode ajudar os pais a escolherem e praticarem atitudes mais construtivas e saudáveis para a relação familiar e para o desenvolvimento dos filhos.
Os quatro estilos parentais são: autoritário, permissivo, negligente e assertivo.

Estilo Parental Autoritário:
Esse estilo parental é marcado pelo excesso de firmeza, e ausência de gentileza e afeto. Pais com estilo parental autoritário costumam impor regras rígidas e exercer controle extremo sobre os filhos, utilizando recursos como punições, castigos, ameaças, chantagens, palmadas, gritos, puxões de orelha, entre outros. Acreditam que dessa forma estão incentivando os filhos a se comportarem melhor, costumam usar também prêmios e presentes para recompensar os filhos quando os mesmos se comportam bem ou agem de maneira que os agrade.

A relação com pais que exercem esse estilo parental é baseada em medo e pressão, pais autoritários não abrem espaço para diálogo ou discussão, acreditam que a última palavra sempre precisa vir deles e são eles quem sabem sempre o que é melhor para os filhos. Pais autoritários não se acham autoritários, eles acreditam que manter os filhos sob controle, e dizer sempre o que os filhos devem fazer e como devem fazer, vai ajudá-los a se comportar melhor e ser pessoas melhores, dentro do que eles acreditam que é certo e aceitável.
Consequências: os efeitos que esse estilo parental exerce sobre os filhos são de curto e longo prazo, assim como todos os outros, dessa forma, podemos encontrar crianças e adultos que:

-Apresentam ansiedade e se sentem inseguros;
-Pessoas com baixa capacidade de resolver problemas e conflitos;
-Desenvolvem autocrítica muito grande e se sentem constantemente desmotivados;
-São crianças ou adultos dependentes da aprovação dos outros; se sentem constantemente inseguros;
-Pessoas com dificuldades de tomar decisões;
-Crianças ou adultos que possuem dificuldade de se comunicar, de ouvir e de expressar seus sentimentos e pensamentos.

Estilo Parental Permissivo:
Este estilo parental é marcado pelo excesso de gentileza e afeto e a ausência da firmeza. A gentileza é importante para demonstrar respeito pela criança e a firmeza demonstra respeito pelo adulto, os pais que exercem este estilo parental por vezes são desrespeitosos com si mesmos, aceitando imposições das crianças ou se sentindo culpados pelas frustrações e comportamentos desafiadores dos filhos.
Pais que exercem este estilo parental, acreditam que possuem o papel de evitar que a criança passe por frustrações e situações desconfortáveis, cedendo ao menor indício de birra, choro ou demonstrações fortes de emoções.

Dessa forma os pais acabam dando todo o poder para os filhos e não estabelecem regras ou limites no comportamento e na relação com as crianças. São pais considerados pelos familiares e amigos como liberais demais, molengas, bonzinhos e até mesmo “capacho” de seus filhos, pois são pais que sentem a obrigação de servir e agradar seus filhos a todo momento, nisso, acabam fazendo pela criança, aquilo que ela já consegue fazer por ela mesma e impedindo a criança de desenvolver importantes habilidades de vida.
Por vezes pais permissivos podem se sentir culpados por trabalharem demais ou passarem tanto tempo longe dos filhos, e para recompensar essa culpa que eles sentem, eles acabam cedendo aos desejos e vontades da criança, às vezes até se endividando para suprir essa falta com presentes e brinquedos.
Consequências: os impactos deste estilo parental na vida de crianças, adolescentes e adultos podem ser de:

Terem dificuldades de aceitar regras e limites; por serem crianças que conseguem aquilo que querem com facilidade. Desenvolver a crença de que os outros possuem a obrigação de atender aos seus desejos e necessidades.

Acham que seus desejos e necessidades devem prevalecer sobre o de outras pessoas;
Não desenvolver habilidades socioemocionais;
Tendem a ter pouca autodisciplina e auto responsabilidade e ainda dificuldades de regular suas emoções.

Possuem baixa autoestima e podem ser vistos como preguiçosos, por dependerem de outras pessoas para realizarem o que precisam.

Estilo Parental Negligente: Marcado pela ausência de gentileza, firmeza e afeto.
Os pais que exercem esse estilo parental não assumiram o seu papel de mãe/pai e responsável pelos filhos, são pais que acham que os filhos não precisam de suas intervenções e conselhos, e acreditam que eles aprenderão o que precisam aprender com as próprias experiências na vida.

Pais negligentes não usam gentileza e nem firmeza para educar e lidar com os filhos, não estabelecem limites ou regras claras e não se sentem na responsabilidade de educar, orientar e direcionar os filhos, por vezes, acham que outra pessoa, cumpre melhor esse papel de cuidar e educar a criança.

São pais que envolvem-se pouco com os filhos, e corresponde somente às necessidades básicas da criança, mantendo-as muitas vezes distantes fisicamente e emocionalmente.
Não suprem as necessidades físicas, emocionais, sociais e intelectuais da criança e estabelecem uma relação funcional com os filhos, fazendo o mínimo ou nada. São pais considerados inconsistentes e imprevisíveis, de forma que os filhos não encontram em seus pais carinho, demonstração de amor, afeto, palavras de afirmação, conselhos, diálogo ou suporte emocional e não fazem questão de estarem presentes na vida dos filhos.
Consequências: este estilo parental leva crianças e adultos a desenvolverem crenças e comportamentos como:

  • Acharem que não são vistos, importantes e amados.
  • Acham que não merecem a atenção e amor das pessoas.
  • Acreditam que não vale a pena as pessoas insistirem ou investirem nele, que ele é um caso perdido;
  • Não se acham dignos de serem amados e cuidados;
  • Não aprendem a cuidar e amar a si mesmos;
  • Crianças e adultos extremamente inseguros e inconstantes;
  • Tendem a serem rebeldes e a terem atitudes mais destrutivas para si mesmos e para os outros, como vícios e contato sexual precoce;
  • Costumam buscar afetividade em amigos e companheiros;
  • Não aprendem sobre limites e não se sentem compreendidos.

Estilo parental assertivo:
Esse estilo parental é aquele em que a disciplina positiva ajuda os pais a praticarem, ele é definido pela gentileza, firmeza e afeto, que são pilares fundamentais para a Educação Parental, e estão presentes no dia a dia da família que exercem a parentalidade consciente e assertiva.

Dentro da relação com pais assertivos, a criança tem a possibilidade de tomar decisões que são compatíveis com sua capacidade e maturidade.

Pais assertivos partem do princípio de que sua autoridade como mãe/pai não estão ameaçadas pelo comportamento ou emoções dos seus filhos, e compreendem que comportamentos desafiadores fazem parte do desenvolvimento infantil, entendendo que crianças precisam ser ensinadas e acompanhadas para desenvolverem habilidades que diminuam esses comportamentos.

São pais que não se acham superiores ou mais importantes que seus filhos, mas que incentivam um relacionamento horizontal, onde a criança tem liberdade e limite e acreditam que privilégios são acompanhados de responsabilidades, dessa forma, alguns privilégios só podem ser oferecidos quando os filhos possuem capacidade e maturidade para lidar com tais responsabilidades.

Gentileza, firmeza e afeto andam sempre juntos na relação com este estilo parental, ainda que os filhos apresentem comportamentos desconfortáveis e desafiadores, os pais se esforçam para acolherem o que a criança sente e direcioná-las para comportamentos aceitáveis e adequados diante de situações e emoções desafiadoras. Pais que exercem uma parentalidade consciente e assertiva não estão isentos de erros, a única grande diferença é a forma que esses pais reagem diante dos erros, enxergando esses erros como uma forma de aprendizado, e por isso, aprendem a reconhecer seus erros enquanto mães e pais, e a se desculparem e procurarem formas e estratégias de evitarem que aquele erro volte a acontecer.

São pais que se comunicam de forma clara e trazem explicações sobre regras e limites e as decisões que eles tomam.

E sempre que possível, envolvem os filhos nas tomadas de decisões, pois acreditam que habilidades como tomar boas decisões e resolver problemas começam a ser treinadas em casa, no ambiente familiar.

Consequências: o estilo parental assertivo é o que promove mais fatores positivos no desenvolvimento das crianças a curto e longo prazo em relação aos outros estilos:
Crianças e adultos com melhores habilidades de comunicação;
Se sentem amados, vistos e respeitados e costumam ser mais cooperativos no ambiente familiar e em outros contextos;
Possuem maior autoestima;

Possuem maior capacidade de regulação emocional e autocontrole;
Não são crianças e adultas isentas de errar, porém, aprendem a aprender com seus erros;
Possuem maior resiliência e capacidade de tentar de novo mesmo após um erro ou fracasso;
Respeitam a opinião dos outros, independente se os outros compartilham ou não da mesma opinião;

Se sente capaz de se envolver e realizar coisas novas e de tomar decisões;
Possui mais autonomia, autoconfiança, responsabilidade social e auto responsabilidade.

Se reconheceu em algum desses estilos?
Lembrando que não nascemos sabendo como educar um filho, nossas experiências da infância e da vida como um todo podem influenciar na nossa parentalidade, mas também podemos abrir os olhos para o que realmente importa e faz sentido para nós e, a partir disso, educar nossas crianças da melhor maneira possível para que cresçam emocionalmente saudáveis!

Por Natália Witezorek

Educadora Parental 

51 98507-1505

Instagram: natiwitezorek