Vamos falar de Amamentação?


Amamentação desperta várias dúvidas nas mulheres. No entanto, para amamentar seus bebês com sucesso, muitas mães podem precisar de auxílio e de um período de aprendizado. O conhecimento, a vontade e o desejo dos pais são fundamentais para o bom desempenho do aleitamento materno. E é importante contar com a ajuda da sua equipe (obstetra, pediatra e consultor de amamentação). A amamentação deve ser prazerosa para a mãe e o bebe.
Quanto mais precoce for a primeira mamada, maior é o vínculo criado entre a mamãe e o bebê, prolongando assim o tempo de amamentação. Sugando o seio da mãe, o bebê também ajuda na descida do leite materno, pois o ato da sucção estimula, no cérebro da mãe, uma glândula que produz e libera os hormônios responsáveis pela produção e pela saída do leite. A retirada de leite da mama estimula a produção, portanto, as mamadas frequentes e efetivas contribuem para aumento do volume de leite produzido. E recomendado que o recém nascido mame na primeira hora de vida (“golden hour”)
Até os seis meses de vida o recomendado e aleitamento materno exclusivo, o bebe não necessita de nem um outro alimento ou liquido. O leite materno nunca é fraco, ele é sempre adequado ao desenvolvimento do bebê.
Nos primeiros dias após o parto, a produção de leite é pequena e esse leite, chamado de colostro, tem alto valor nutritivo e é suficiente para atender às necessidades do bebê, De coloração mais amarelada, ele apresenta mais proteínas, menos gorduras e é rico em fatores de defesa; O colostro é considerado a primeira vacina da criança. Depois de aproximadamente uma semana, observa-se a produção do chamado leite maduro.
A partir dos seis meses, os bebês precisam de uma alimentação variada, mas o aleitamento materno deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais. O leite materno continua sendo uma importante fonte de energia, proteína e outros nutrientes, como vitamina A e ferro. O leite materno ajuda a prevenir doenças enquanto for consumido.
Entenda por que o leite materno é a melhor escolha da mãe para o bebê
O leite materno já vem pronto, com a temperatura e o sabor ideal para o bebê;
Contém os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento do bebê; O leite materno apresenta as vitaminas, minerais, açúcares, proteínas e gorduras necessárias para a alimentação saudável da criança
É de fácil digestão e protege contra doenças, principalmente as respiratórias e
gastrointestinais, além de anemia; (O leite materno é a primeira ‘vacina’ do bebê)
Diminui a incidência de alergias;
Protege contra infecções, pois o leite materno contém anticorpos;
Não tem risco de contaminação, pois vai direto da mama para a boca do bebê;
Desenvolve e fortalece a musculatura facial, preparando para a mastigação e a fala;
Faz o bebê se sentir seguro e querido no colo da mãe, reforçando o vínculo mãe-filho e favorecendo o desenvolvimento da criança.
Vantagens do aleitamento materno para a mãe
O leite está sempre pronto e livre de contaminação;
Não dá trabalho para preparar;
Economicamente, é o alimento mais barato;
Diminui o sangramento após o parto;
Amamentar ajuda a mãe a voltar mais rápido ao peso original;
Previne contra o câncer de mama, de ovário e de útero;
Previne a osteoporose.
Algumas vezes, quando a mulher está amamentando, podem ocorrer fissuras, rachaduras, mastite, ingurgitamento e até diminuição do leite. Apesar de causarem muito medo nas mães, medidas simples podem ajudar a evitar esses problemas.
Fissuras e rachaduras: Observar se o bebê está posicionado de maneira correta durante o momento da amamentação.
Ingurgitamento:.Não dar intervalos longos entre as mamadas.
Mastite: procurar o médico quando o quadro não melhorar em um período de 24 horas.
Leite secando: Colocar o bebê para mamar mais vezes em livre demanda, excluir o uso de bicos artificiais e investigar o motivo para baixa produção.
Posição para amamentar e pega da mama:
– o bebê deve estar virado para a mãe, bem junto de seu corpo, completamente apoiado e com os braços livres;
– a cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo;
– só coloque o bebê para sugar quando ele abrir bem a boca;
– quando o bebê pega o peito, o queixo deve encostar na mama, os lábios ficam virados para fora e o nariz fica livre;
– ele deve abocanhar, além do mamilo, o máximo possível da parte escura da mama (aréola);
– cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado.
Quando a mãe retorna ao trabalho a alternativa para manter o aleitamento materno exclusivo e a retirada e o armazenamento correto do leite materno. A extração do leite deve ser realizada com cuidado e higiene, para impedir a contaminação e o prejuízo à sua qualidade.
Em temperatura ambiente o leite materno se conserva por duas horas. Quando guardado na geladeira, o prazo de validade do leite materno será de 12 horas. No uso do freezer ou congelador, o leite deve ser congelado logo após a retirada. A validade, neste caso, estende-se para 15-30 dias, se assim for mantido.
Se for para doação, deve ser armazenado congelado por no máximo 10 dias, quando deverá ser transportado para um banco de leite humano ou posto de coleta de leite humano.
Para descongelar o leite materno, o frasco deverá ser retirado do congelador ou freezer e colocado em banho-maria, na água quente, com o fogo já desligado. O frasco deve ser agitado lentamente para misturar seus componentes, até que não reste nenhum gelo. O leite não deve ser fervido e nem aquecido em micro-ondas, pois esse tipo de aquecimento pode destruir os fatores de proteção.
Uma boa dica para verificar a temperatura correta para ofertar o leite para o bebe, é pingar algumas gotas na parte interna do pulso. O leite deve estar em torno de 40º, levemente acima da temperatura corporal humana. E uma dúvida frequente, é como ofertar esse leite para a criança? o leite pode ser ofertado na mamadeira ou no copinho. Importante é quem for ofertar o leite estar seguro da opção escolhida. Importante discutir com a equipe que acompanha essa família a melhor opção.
Algumas vezes, o aleitamento materno e contraindicado, como nos casos de mulheres HIV positivas ou que estão realizando quimioterapia ou radioterapia, ou nos casos de uso de determinadas medicações, por exemplo. Nesses casos, o melhor é alimentar a criança com leite de outra mulher saudável (banco de leite). Caso não seja possível, pode-se optar por produtos que substituem o leite materno encontrados facilmente à venda (fórmulas infantis). Empresas investem bastante nas fórmulas, trazendo frequentes melhorias em sua composição na tentativa de aproximar a composição do leite materno, mas não são substitutos do leite materno. Converse com o seu pediatra.
Vale ressaltar que na nossa região não existe banco de leite. O que inviabiliza doações de mães com grande produção de leite materno, bem como a oferta de leite materno através do banco de leite para as crianças cuja mãe não consegue ou não pode amamentar.
E comum a fórmula ser indicada, já nos primeiros dias de vida, porque a criança quer mamar seguidamente, essa não e uma indicação, o bebê procura o peito mais seguido pelo próprio reflexo de sucção, para receber carinho, para ficar no colo. Converse sempre com o seu médico antes de ouvir “sugestões” a complementação de seio materno. Ressaltando mais uma vez que quanto mais o recém nascido sugar, maior vai ser a produção de leite.
Baixo ganho de peso não é só por baixo aporte de leite, pode ser por vários outros motivos, como alergias alimentares, DRGE. Uma consulta para avaliação e a melhor maneira para ver se existe necessidade de complemento.
Amamentar exige conhecimento, técnica, treino, tempo, paciência e muita doação, e é uma das primeiras maneiras de proteger e dar amor ao seu bebe.
Pediatra Caroline krein
Pediatra
51 37091881

