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O nome MASTITE é velho. Mas a forma de tratar é nova


Por Redação / Agora Publicado 08/06/2023
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A MASTITE é uma inflamação dentro da mama, complicação materna comum durante a lactação e contribui para o desmame precoce. No passado, a mastite foi tratada como uma patologia única no seio lactante, evidências científicas atuais demonstram que a mastite compreende um espectro de condições resultantes da inflamação ductal e do inchaço.

Fatores que contribuem para o desenvolvimento da mastite:

  • hiperlactação (excesso de produção de leite)
  • disbiose (desequilíbrio dos microorganismos do leite)
  • uso de antibióticos e probióticos
  • dieta desequilibada
  • leite ‘armazenado’ na mama
  • trauma mamário

Compreendendo melho cada condição:

Ingurgitamento – dor mamária billateral, endurecimento e inchaço nas mamas.

Estreitamento de ductos – área
limitada de endurecimento. Recomendado amamentação de maneira fisiologica, ou seja, não aumentar a oferta desse seio acometido e medidas anti-inflamatórias são mais eficazes. Tentativas alívio apertando ou massageando vigorosamente o seio não são eficazes e resultam em trauma nos tecidos mamários.

Mastite inflamatória – quando o estreitamento ductal persiste ou piora e o processo inflamatório ao redor evolui com sinais e sintomas sistêmicos como febre, calafrios e taquicardia.

Mastite bacteriana – representa uma progressão do estreitamento ductal e da mastite inflamatória. O tratamento necessita de antibióticos e probióticos se febre por mais de 24h. Ela não é uma doença contagiosa, não
oferece risco ao bebê e nem exige interrupçao da amamentação.

Flegmão – coleção de líquidos mal definida, área firme, semelhante à uma massa que não tem mobilidade. Não realizar massagens neste caso.

Abcesso – representa a progressão da mastite bacteriana que necessita drenagem com o médico no hospital.

Galactocele – massa moderadamente firme semelhante à um cisto.

Mastite recorrente – sintomas de mastite como febre, inchaço no seio e/ou dor que ocorrem a cada 2 à 4 semanas ou menos frequente. Os fatores de risco incluem episódios de hiperlactação que pioram e melhoram, desequilíbrio das bactérias, tratamento inadequado da mastite anteriormente.

Mastite subaguda – Disbiose mamária crônica ou seja, desequilíbrio da flora bacteriana.
Em um quadro de mastite subaguda, pode haver relato de uma historia de mastite aguda bacteriana previamente tratada. Outras questões importantes incluem, história de cesariana, ordenha exclusiva, uso de bico intermediario de silicone e até mesmo outras circunstâncias.
Pode aparecer dor em pontada, dor em queimação, pontos de obstrução no mamilo, áreas recorrentes de endurecimento e hiperlactação não resolvida.

Recomendações gerais:

Tranquilizar as mães de que muitos sintomas de mastite vão melhorar com manejo conservador, usando remédio para dor comforme orientação médica, fazendo compressa fria, sem ordenhar o leite, sem uso de antibióticos e com apoio psicológico.

Orientar as mulheres a respeito da anatomia normal do seio e da fisiologia da amamentação após o parto. Seio cheio, glândulas mamárias mais evidentes, calorões e suor não significam infecção.

Alimentar o bebê em livre demanda, sem horários pré-definidos, sem uso de bicos artificiais (chupetas, mamadeiras, bico intermediário de silicone) sem o objetivo de esvaziar uma mama primeiro, sem aumentar a oferta de leite no seio afetado.

É permitido ordenha somente para alívio, quando uso de bombas extratoras, retirar somente a quantidade que o bebê consome.

Vestir sutiã de tamanho adequado para que ele realize um bom suporte das mamas.

Evitar massagem profunda, uso de óleos, pomadas e solução salina.

Evitar esterelização de bombas extratoras como rotina.

Não é necessário higienizar os mamilos antes e depois das mamadas.

Importante deixar o seio afetado cheio para que haja a produção do FIL (fator de inibição da lactação). A dor e a vermelhidão podem aumentar, mas isso vai organizar/regular a produção de leite e prevenir episódios futuros.

Acompanhamento com consultora de amamentação e médico são importantes em todos os casos citados.

Fonte : ABM – Academy of
Breastfeeding Medicine

por Joanna Moraes
Consultora de Amamentação e Fonoaudióloga
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