O medo infantil, bom ou ruim? Depende!


Medo do escuro, de animais, de ficar sozinho. Medo de perder os pais, de separação, de morrer. O medo é uma emoção que faz parte de cada um de nós e tem sua função protetiva, você sabia? Ele desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, como:
- Instinto de sobrevivência: o medo é um alerta natural para perigos potenciais, ajudando as crianças a tomarem decisões mais seguras;
- Construção de resiliência: enfrentar medos permite que as crianças desenvolvam resiliência emocional, capacitando-as a superar desafios ao longo da vida.
- Desenvolvimento de habilidades: ao enfrentar situações temerosas, as crianças aprendem a avaliar riscos, desenvolvendo habilidades críticas de tomada de decisão;
- Ferramenta para o aprendizado: o medo muitas vezes impulsiona a curiosidade e o aprendizado, incentivando as crianças a explorarem o desconhecido com cautela.
Os medos podem estar relacionados a uma ameaça real ou percebida, surgindo em uma situação inusitada ou de estresse, de algo desconhecido e também podem ser específicos, como medo de alguns animais, ou de dormir no escuro e normalmente se manifesta com reações físicas de luta ou fuga, geralmente com uma resposta imediata.
O medo faz parte do crescimento, mas é importante entender as nuances para poder ajudar a criança de maneira assertiva a compreender e até superar essa emoção com um diálogo aberto e compreensivo. Dizer que o medo que ela sente é besteira ou que não precisa sentir medo de determinada situação não vai fazer seu medo desaparecer, mas talvez faça com que a criança esconda seu medo por vergonha ou receio de ser repreendida, o que no fim das contas só gera mais insegurança e ansiedade.
Confira algumas estratégias para auxiliar sua criança de maneira simples mas eficaz a entender e enfrentar seus medos:
- Converse sobre o medo: pergunte sobre o que as assusta e ouça atentamente. A compreensão é o primeiro passo para enfrentar o medo;
- Explique que o medo é normal: transmita a ideia de que sentir medo é uma reação normal e que todos enfrentam temores em algum momento;
- Compartilhe experiências pessoais: conte alguma situação sobre seus próprios medos quando criança. Isso ajuda a normalizar a emoção e demonstra que é possível superá-la;
- Crie uma rotina de conforto: estabeleça rituais reconfortantes, como uma história favorita antes de dormir, uma luzinha acesa até pegar no sono, um objeto de segurança que pode ser um bichinho de pelúcia que ajude a “manter o medo longe”, para proporcionar segurança e conforto;
- Use o poder da imaginação: incentive a criança a imaginar situações menos assustadoras. Isso ajuda a desenvolver a capacidade de enfrentar o medo de maneira gradual;
- Ensine estratégias de relaxamento: técnicas simples de relaxamento, como respiração profunda, podem ajudar a acalmar a ansiedade associada ao medo;
- Crie um ambiente seguro: certifique-se de que o ambiente da criança é seguro e tranquilo. Isso ajuda a construir confiança para enfrentar medos de maneira mais eficaz;
- Celebre as conquistas: reconheça e celebre cada passo corajoso. Isso reforça a ideia de que enfrentar os medos é uma realização digna de reconhecimento;
- Busque ajuda de um profissional psicólogo se necessário: se o medo persistir e interferir nas atividades cotidianas, considere a orientação de um profissional de saúde mental especializado em atendimento infantil.
Lembre-se que todo auxílio feito de maneira amorosa e compreensiva colabora para que a criança aprenda a lidar com seus medos, ajudando a construir a resiliência e a confiança necessárias para enfrentar os desafios da vida, além de propiciar um ambiente de crescimento emocional saudável para as crianças!
Natália Witezorek
Psicóloga
Instagram: @natiw.psico

