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“Na volta a gente compra”. Mas será que compra mesmo? Entenda o que essa frase realmente ensina para as crianças


Por Redação / Agora Publicado 14/12/2023
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Muitos de nós já ouvimos ou até já usamos a frase “na volta a gente compra” com nossas crianças, mas o que pensamos pode ser: “eu não vou comprar e para isso vou mudar o caminho da volta ou simplesmente inventar outra desculpa”. Só que mentir não deve ser a solução para fazer com que uma criança aprenda sobre alguma coisa, pelo contrário, demonstramos com isso que não somos confiáveis, ela perde a confiança e passa a fazer isso com os outros também. Para realmente educá-la sobre gastos e fazê-la compreender quando se pode ou não comprar algo pode ser um pouco trabalhoso mas serve para toda uma vida.

Lidando com a frustração

Sabemos que uma ida ao shopping ou loja muitas vezes pode causar certa ansiedade, principalmente neste mês em que tudo está voltado para o consumo: a criança, a depender da idade, pede insistentemente para comprar um brinquedo, e é justamente nesse momento que, ou ela chora e os pais cedem e dão o que ela quer ou a frase “na volta a gente compra” é utilizada, não é mesmo? Só que essa “volta” pode não acontecer e a sua palavra dizendo que iria comprar depois acaba por não ter valor ao longo do tempo. Além do mais, frases como: “a injeção não vai doer” infelizmente é muito utilizada, mas também colabora para a prática do adulto de fingir para não enfrentar a frustração ou medo da criança naquele momento.

Educando financeiramente

Para que a criança comece a compreender a relação do trabalho com o dinheiro e as compras é muito importante que algumas situações sejam apresentadas a ela através de um diálogo mais lúdico, respeitando sua idade e capacidade de compreensão. E isso nada tem a ver com ter muito dinheiro ou não, mas sim com saber o quanto temos, o que devemos e/ou o que sobra. É fundamental que a criança saiba que o adulto precisa trabalhar para ter um salário, e que é através dele que podemos comprar roupas, alimentos, pagar contas.
Nesse sentido, os pais podem iniciar essa conversa de maneira sutil explicando que tem muitas coisas legais e interessantes para se comprar, mas que nem sempre será possível naquele momento. O que pode ajudar nessa jornada:

[08:14, 14/12/2023] Nati Witezorek Educadora Parental 🌸: Ter um cofrinho, por exemplo, também auxilia a criança de maneira mais concreta a guardar dinheiro e usar o mesmo para comprar algo que queira, fazendo a associação de que, para ter algo, abro mão de algum dinheiro;
A criança que entende como lidar com recursos desde os primeiros anos de vida compreende a responsabilidade sobre o que é seu e também sobre o que é do outro;
Ao compartilhar informações sobre educação financeira com as crianças, elas passam a entender a importância da dedicação, do esforço e, é claro, do trabalho.

Cumpra os combinados

Pode ser difícil ver seu filho(a) chorar por querer um presente, por exemplo, porém é importante cumprir com os combinados, ou seja, se vocês combinaram que aquele passeio seria para comprar um presente de aniversário para alguém, cumpra com o combinado. Olhem a loja, olhem brinquedos, roupa, o que for, mas mantenha-se firme explicando que olhar é diferente de comprar. Explique, de forma gentil mas firme, que o dinheiro exige escolhas e que há coisas muito importantes que são prioridade. Pode parecer duro ou rígido demais, mas um passeio pode ser divertido sem se comprar nada. Atente-se a essas frases:
[08:14, 14/12/2023] Nati Witezorek Educadora Parental 🌸: “hoje não podemos comprar, mas quem sabe tomamos um sorvete?” ou, “este brinquedo deve ser mesmo muito legal, mas ele é muito caro, o que você acha de criarmos um com as coisas que temos em casa?”

Além de demonstrar que o que se pede não poderá ser atendido naquele momento, ainda se oferece outra possibilidade, que pode ser ampliada para várias outras ideias, como uma ida a pracinha, jogar um jogo juntos.. as crianças precisam mais da nossa companhia do que de qualquer coisa e deixar claro que você está disposta(o) a lhe ensinar e lhe fazer companhia terá muito mais valor na vida de seu filho (a).

Contéudo escrito pela profissional:
Natália Witezorek
Educadora Parental
@natiwitezorek