Maternidade e identidade, um equilíbrio necessário


Mães carregam consigo uma cobrança silenciosa, quase invisível, mas profundamente enraizada: a ideia de que, para serem boas mães, precisam abdicar de si mesmas o tempo todo. É como se o amor por seus filhos precisasse ser provado a cada decisão que tomam – especialmente aquelas que envolvem cuidar de si mesmas. Mas será que isso faz sentido?
Amar não é se anular. Amar não é colocar a própria felicidade em último plano para cumprir uma lista interminável de expectativas alheias. Amar é criar um espaço onde todos podem florescer, inclusive as mulheres, que também são mães. Quando uma mãe escolhe fazer algo por si – seja um momento de descanso, um curso, uma saída com amigas ou até um simples café sozinha – ela não está deixando de amar seus filhos. Pelo contrário: ela está mostrando a eles a importância do autocuidado, do equilíbrio e do respeito por si mesma.
Filhos crescem observando, mais do que ouvindo. Eles aprendem que é saudável cuidar dos próprios sonhos, que o amor não é sinônimo de sacrifício constante e que mães são pessoas com desejos, medos e alegrias próprias.
Quando uma mãe reserva um tempo para si, lembre-se: seu amor não está em questão. Ele transborda em cada abraço, em cada palavra de apoio, em cada cuidado diário. E cuidar de si não diminui isso. Pelo contrário, é uma maneira de se permitir estar inteira para viver esse amor.
Porque ser mãe também é ser você. Sem justificativas.
Por Maria Júlia Lohmann Wagner
Psicóloga
@maju.psi

