Leptospirose: veja principais sintomas


A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira. A infecção ocorre através da penetração da bactéria na pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas.
O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre a infecção e o início dos sinais e sintomas, pode variar de 1 a 30 dias, sendo normalmente de 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.
As manifestações clínicas da leptospirose variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, com manifestações fulminantes. Em crianças, geralmente a leptospirose tem caráter benigno e baixa letalidade, com sintomas semelhantes aos observados em adultos.
A doença é dividida em duas fases: fase precoce e fase tardia.
Principais sintomas da fase precoce:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
- Falta de apetite
- Náuseas/vômitos
Podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, tosse; mais raramente podem se manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e sufusão conjuntival.
Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre evolução para manifestações clínicas graves, que normalmente se iniciam após a primeira semana de doença.
Manifestações na fase tardia:
- Síndrome de Weil: tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa – icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar. Pode haver necessidade de internação hospitalar.
- Síndrome de hemorragia pulmonar: lesão pulmonar aguda e sangramento maciço.
- Comprometimento pulmonar: tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica.
- Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA).
- Manifestações hemorrágicas: pulmonares, cutâneas, mucosas, em órgãos e no sistema nervoso central.
O tratamento da leptospirose é realizado com o uso de antibióticos e deve ter acompanhamento médico.
Devido à insuficiência de evidências científicas sobre os benefícios e riscos do uso de quimioprofilaxia para um grande contingente populacional, o Ministério da Saúde não recomenda a quimioprofilaxia como medida de prevenção em saúde pública para casos de exposição populacional em massa durante desastres naturais, como enchentes. A orientação para profissionais de saúde, militares e membros da defesa civil expostos a situações de risco durante operações de resgate é utilizar equipamentos de proteção individual e aumentar o nível de alerta sobre o risco da doença entre os expostos, de forma a permitir o diagnóstico e tratamento oportunos dos pacientes.
Conteúdo escrito pela Pediatra de Lajeado, Carolina Krein