Gagueira não tem graça, tem tratamento!


O que é a gagueira?
A gagueira é um distúrbio crônico da fluência da fala, com maior ocorrência na infância. Ela pode se manifestar em vários níveis, e em alguns casos está associada a tiques de tensão e movimentos rítmicos ou tensionados do corpo, que ocorrem junto com a gagueira, distraindo o interlocutor e agravando o distúrbio da comunicação. Embora a gagueira não tenha cura, pode melhorar significativamente com intervenção fonoaudiológica. Em alguns casos, é necessária a psicoterapia para ajudar a criança a lidar com as reações negativas de seus interlocutores.
A gagueira causa impactos na vida da pessoa, pois, em vez de receber respeito, muitas vezes as pessoas zombam de sua dificuldade, o que agrava as questões emocionais já existentes. No caso das crianças, o bullying escolar também é uma preocupação. O fonoaudiólogo é o profissional responsável pelo tratamento da disfluência da fala, como a gagueira é chamada. É recomendável que os pais levem a criança ao fonoaudiólogo a partir dos três anos de idade, caso observem sinais de gagueira. Na fase adulta, além do acompanhamento profissional, o apoio da família e dos amigos é fundamental.
Pesquisas indicam que a gagueira está associada ao mau funcionamento das células nervosas envolvidas no controle da automatização da fala, o que causa os bloqueios e repetições característicos. O tema deve ser tratado com seriedade, promovendo ações contínuas para conscientizar a comunidade sobre como o desrespeito pode impactar o desenvolvimento emocional e interpessoal de quem gagueja. Além disso, é importante informar sobre a importância do acompanhamento fonoaudiológico e multiprofissional, que pode proporcionar uma melhor qualidade de vida para essas pessoas.
Dia G: o que é?
O Dia G é o dia de conscientização sobre a gagueira, celebrado desde 1998, começando na Califórnia, Estados Unidos. Nesse dia, profissionais compartilham conhecimentos e oferecem suporte às pessoas que gaguejam. A data é celebrada em 22 de outubro.
Vitoria Santana
Fonoaudióloga
Especialista em Linguagem e Neuropsicologia pelo CFFA
Especializada em Análise do Comportamento Aplicada – ABA e Neurociência e Aprendizagem.
Mestra em Ciências Médicas
Contato: 51 99514-0260


Referências:
- ANDRADE, Claudia Regina Furquim de; SASSI, Fernanda Chiarion; JUSTE, Fabiola Staróbole; ERCOLIN, Beatriz. Qualidade de vida em indivíduos com gagueira desenvolvimental persistente. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, [S.L.], v. 20, n. 4, p. 219-224, dez. 2008. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0104-56872008000400003.
- OLIVEIRA, Cristiane Moço Canhetti de; YASUNAGA, Cristiane Naomi; SEBASTIÃO, Luciana Tavares; NASCIMENTO, Edinalva Neves. Orientação familiar e seus efeitos na gagueira infantil. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, [S.L.], v. 15, n. 1, p. 115-124, 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1516-80342010000100019.
- Associação Brasileira de Gagueira – ABRA Gagueira. O que é o DIA G?. https://www.abragagueira.org.br/acoes-diag/ acesso em: 11/10/2024.