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Bebês e crianças pequenas podem sofrer de insônia?


Por Redação / Agora Publicado 19/12/2023
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Bebês e crianças pequenas podem sofrer de insônia?

Estatísticas apontam que 20% a 30% das crianças com menos de 5 anos enfrentam dificuldades para dormir. Esse turbilhão de despertares frequentes a noite e a luta para adormecer não apenas afeta o bem-estar dos pequenos, mas também impacta no sono de toda a família.

A insônia, nesse contexto, revela-se multifacetada: desde a dificuldade em iniciar o sono sem a intervenção dos cuidadores até os despertares frequentes ou acordar antes do horário habitual, sem conseguir retornar ao sono. Esses distúrbios não só geram desconforto diurno, como irritabilidade, falta de atenção e propensão a infecções, mas também podem causar impactos sociais, educacionais e comportamentais significativos.

Há dois tipos clínicos de insônia em crianças pequenas: o distúrbio de associação e o distúrbio por falta de limites.

O distúrbio de associação, que geralmente tem início nos primeiros meses de vida, se dá quando o bebê associa a hora de dormir a condições específicas, como colo, embalo ou ser amamentado. Os pais, muitas vezes, acreditam que os frequentes despertares noturnos são um problema, mas na verdade despertar a noite, ao transicionar de um ciclo de sono para o outro é algo normal e esperado para a idade. O grande problema reside na dependência do mesmo estímulo para voltar a dormir, prolongando o estado de alerta. Ou seja: o bebê tem um breve despertar, não há necessidade de mamar, porém ele não sabe como voltar a dormir sem ir de volta ao seio, da forma como iniciou o sono noturno.

É importante que os pais entendam que é preciso intervir nesse cenário, estabelecendo rotinas e hábitos de sono saudáveis e gradualmente eliminando as associações de sono que impedem o bebê de ter um sono menos fragmentado. O objetivo principal é que a criança aprenda a adormecer de forma independente.

Já o distúrbio por falta de limites é mais comum em crianças pré-escolares e escolares. Caracteriza-se pela dificuldade dos pais em estabelecer regras claras para a hora de dormir, resultando na recusa da criança em adormecer ou permanecer na cama durante a noite. Barganhas, recusas e desculpas frequentes são sintomas desse cenário, muitas vezes perpetuado pela permissividade dos pais que acabam cedendo à criança.

Para lidar com esse tipo de insônia, a consistência e a firmeza na definição de limites são fundamentais. Estratégias comportamentais e a manutenção de regras são essenciais para garantir um sono de qualidade.

Algumas crianças podem apresentar ambos os tipos de insônia comportamental ou transitar de um para o outro. Por exemplo, aquelas que negociam constantemente no início da noite podem não ter um sono ininterrupto. Em despertares noturnos, acabam requisitando a ajuda dos pais, resultando na permissão para dormir no quarto dos adultos. O ideal é que aprendam a descansar na sua própria cama e espaço.

Para auxiliar nesse processo, nove dicas práticas podem ser úteis para ensinar as crianças a adormecerem com autonomia:

  • 1- Seguir uma rotina regular das atividades do dia (lazer, escola, refeições) nos 7 dias da semana;
  • 2- Exposição à luz natural todas as manhãs;
  • 3- Horários regulares de dormir e de acordar de noite e nas sonecas diurnas;
  • 4- Reduzir a quantidade de luz uma hora antes do horário de dormir;
  • 5- Não fazer uso de TV ou tablet ao menos 2 horas antes de dormir;
  • 6- Evitar alimentos ou atividades estimulantes (refrigerante, correr, pular, celular, tv, tablete) após anoitecer;
  • 7- Estabelecer rituais para a hora de dormir com função de relaxar, por exemplo: banho, escovar os dentes, leitura em voz alta, oração e beijo de boa noite);
  • 8- Ambiente do quarto bem escuro, agradável e silencioso;
  • 9- Dar autonomia para a criança/bebê dormir sozinha no berço/cama.

Por Taila Zagonel
Consultora do Sono Infantil
48 99982-7267
Instagram: @tailazagonel.sono