Autoestima e transtornos do neurodesenvolvimento: orientações para pais!


Para muitos pais, perceber que seu filho está com a autoestima baixa pode ser doloroso e desafiador. Em crianças com transtornos do neurodesenvolvimento — como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou dificuldades específicas de aprendizagem — isso pode ser ainda mais comum. Essas crianças, muitas vezes, enfrentam dificuldades em ambientes como a escola ou nas interações sociais, o que pode gerar frustrações, críticas e uma sensação de inadequação.
A autoestima se forma a partir das experiências que a criança vive e da forma como é tratada pelas pessoas ao seu redor. Quando uma criança se sente constantemente comparada, incompreendida ou desacreditada, pode começar a acreditar que não é capaz ou que há algo de “errado” com ela. Isso influencia diretamente seu bem-estar emocional, afetando sua confiança, autonomia e disposição para enfrentar desafios — além de impactar seus comportamentos e relações interpessoais.
Por outro lado, promover uma autoestima positiva é um fator de proteção: ajuda no enfrentamento de adversidades, fortalece a resiliência emocional e melhora a qualidade de vida da criança. O apoio da família e da escola é essencial para esse fortalecimento.
Confira algumas estratégias que podem ajudar a fortalecer a autoestima do seu filho:
- Valorize o esforço, não apenas os resultados. Dizer coisas como “Estou orgulhoso de como você tentou” ou “Foi muito corajoso da sua parte continuar tentando” ajuda a criança a perceber que ela tem valor além do sucesso imediato.
- Evite comparações. Cada criança tem seu próprio ritmo e jeito de ser. Compará-la com irmãos, colegas ou outras crianças pode fazê-la se sentir inferior ou incapaz. Foque nas conquistas individuais dela.
- Crie rotinas e oportunidades de sucesso. Dê à criança tarefas nas quais ela possa se sair bem — mesmo que simples, como ajudar a preparar um lanche ou cuidar de uma planta. Sentir-se útil e competente aumenta a confiança.
- Escute com atenção e valide os sentimentos dela. Quando a criança expressar frustração, tristeza ou medo, evite minimizar. Frases como “Eu entendo que isso foi difícil para você” ou “Você tem todo o direito de se sentir assim” ajudam-na a se sentir acolhida.
- Reforce as qualidades e talentos da criança. Toda criança tem pontos fortes. Identifique-os e fale sobre eles com frequência: “Você tem uma imaginação incrível!”, “Admiro como você se importa com os outros”, etc.
- Envolva profissionais que valorizem o potencial da criança. Psicólogos, pedagogos e terapeutas podem ajudar no desenvolvimento emocional, mas é importante que sejam pessoas que trabalhem com empatia e foco nas capacidades, e não apenas nas dificuldades.
- Estimule a socialização positiva. Promova momentos com amigos ou grupos em que seu filho se sinta aceito, como atividades extracurriculares, esportes adaptados ou oficinas criativas.
O seu olhar sobre o seu filho influencia diretamente o modo como ele se vê. Demonstre amor, paciência e confiança. Mesmo nos dias difíceis, uma palavra de apoio pode fazer toda a diferença.
Compreender a relação entre autoestima e transtornos do neurodesenvolvimento é fundamental para promover intervenções mais humanas, respeitosas e eficazes no cuidado dessas crianças.
Natália Witezorek
Psicóloga
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