Aumento de casos de Gengivoestomatite


Gengivoestomatite é uma doença contagiosa que aparece quando a criança tem contato com o herpes vírus do tipo 1 (HSV-1). Por isso essa enfermidade também é conhecida como estomatite herpética.
A gengivoestomatite herpética é caracterizada por enantema ulcerativo na gengiva e mucosa oral, de caráter friável, com lesões vesiculares periorais e ulcerações superficiais dolorosas, dificultando a alimentação. As lesões aparecem normalmente na mucosa da boca e da garganta. As lesões também podem espalhar-se pelas bochechas, lábios, língua, amígdalas, céu da boca e gengivas, causando sofrimento. Febre, irritabilidade e anorexia podem preceder o quadro.
Quando os adultos têm esse tipo de inflamação na boca, geralmente não passa de uma afta ou úlcera bucal, mas em crianças a doença é mais dolorosa.
A contaminação acontece a partir do contato direto com secreções ou lesões orais infectadas por indivíduos sintomáticos ou assintomáticos. Uma vez infectado, o paciente permanece com o vírus no organismo, em estado latente, podendo manifestar-se ou não. Os sintomas costumam aparecer sete dias após o contato e duram entre quatro e dez dias, sem deixar cicatrizes.
Crianças que têm entre 6 meses e 5 anos são as mais afetadas pela doença. É uma doença viral, mas nem toda criança manifesta os sintomas (só 20%). Pode ocorrer durante todo o ano.
Causas
- Vírus (herpes vírus humano simplesdo tipo 1 – HSV-1)
Sintomas possíveis - Febre alta
- Pequenas feridas na boca
- Gengivas inchadas (que podem sangrar)
- Dor forte na boca
- Recusa para comer ou falta de apetite
- Dor de garganta
- Salivação excessiva
- Irritabilidade
- Insônia
- Dor de cabeça e nas articulações
- Gânglios com tamanho aumentado
- Mau hálito
Dica para os pais ou responsáveis: os sintomas podem lembrar os que a criança tem quando aparecem os primeiros dentinhos, porque ela passa a salivar mais e tem dificuldade de engolir. Preste atenção à presença de lesões e procure um médico se desconfiar de que ela tem gengivoestomatite.
Diagnóstico
O diagnóstico da gengivoestomatite leva em conta a aparência e a localização das lesões na boca da criança. Em alguns casos, exames de laboratório podem ajudar a identificar se a doença é causada por um vírus ou determinar outras possíveis causas.
Tratamento
A gengivoestomatite desaparece sozinha a partir do sétimo dia. Outros remédios ajudam a amenizar os sintomas, como febres, dores e mal-estar. Mantenha a criança hidratada e bem alimentada (apesar do desconforto para comer) e cuide da higiene bucal, hidratar os lábios. Como a gengivoestomatite é viral, evite contato próximo ao rosto e boca até que as lesões cicatrizem. Certifique-se de lavar as mamadeiras, chupetas, talheres e copos em água quente com sabão, e não deixe outras crianças compartilharem esses utensílios.
O tratamento consiste em medidas de suporte como sintomáticos e hidratação e indica-se o aciclovir em crianças imunocompetentes até 96 horas do inicio do quadro em caso de ingesta hídrica limitada ou dor intensa e nas imunocomprometidas independentemente do período de sintomas
Indicação de internação: Impossibilidade de manter hidratação por via oral. Pacientes imunossuprimidos deverão receber tratamento por via endovenosa. Complicações como encefalite, epiglotite, pneumonite, eczema herpético.
Ademais, deve ser diferenciada da herpangina. Nessa condição, as lesões se localizam principalmente na faringe posterior e não costumam sangrar. As úlceras aftosas também são um diagnóstico diferencial, mas não ocorrem em região perioral como na gengivoestomatite. Lembrar ainda que Stevens-Johnson, candidose e infecções bacterianas também devem ser consideradas nos diagnósticos diferenciais.
- Contéudo escrito pela pediatra de Lajeado, Carolina Krein