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Aguardar as 12 semanas para contar que há um bebê a caminho, será que essa recomendação faz sentido mesmo?


Por Redação / Agora Publicado 01/06/2022
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Seguir essa recomendação poderia ser simples, mas não é fácil manter um segredo em meio à felicidade de gerar uma nova vida.

Disfarçar os sintomas iniciais da gestação também não é algo tranquilo, afinal é nessa fase que os hormônios provocam os sintomas mais conhecidos sobre a gravidez: enjoos, sonolência, cansaço, sensibilidade nas mamas… No entanto, há um sintoma que alimenta esse sigilo: o medo de perder o bebê.

É importante considerar que esse período de silêncio foi estabelecido em grande parte pelas evidências médicas, que apontam que o risco de aborto espontâneo é maior no primeiro trimestre. A partir da 12ª semana, o risco reduz. No entanto, o silêncio pode deixar a mãe desamparada no momento em que ela mais precisa, sufocando a alegria para anular a possibilidade da dor.

A espera para contar é uma recomendação técnica, e a gestação é uma vivência afetiva. Do ponto de vista da medicina, é indiscutível que há maiores riscos no começo. Mas, esse bebê já existe desde o momento em que se confirma a gravidez.

Muitas situações fogem ao nosso controle e um aborto raramente encontra acolhimento. Nossa sociedade não é habituada a falar sobre essa perda, e ela precisa ser elaborada com apoio, amparo e cuidado.

Portanto, não há um momento ideal para anunciar a espera de um filho, e também não há um período totalmente seguro, com garantias de que tudo vai dar certo: nem agora, nem depois que o bebê nascer. A chegada dos filhos ao mundo é uma entrega.

Conteúdo escrito por:
por Maria Júlia Lohmann Wagner
Psicóloga
Especialista em terapia cognitivo-comportamental e terapia do esquema
Instagram: @maju.psi