5 dicas para ser uma rede de apoio saudável no puerpério
O puerpério, também conhecido como período pós-parto, é uma fase de adaptação e transição para a mãe, independente se é o primeiro, segundo, terceiro, quarto filho, cada relação mãe e bebê é única e requer atenção tanto para os cuidados fisiológicos quanto emocionais.
Durante esse período, o psiquismo fica vulnerável e suscetível, sendo necessário que as pessoas que estejam ao redor dessa mãe tenham uma postura empática, cuidadosa, amparadora e cautelosa com a mulher no puerpério, afinal acaba de nascer um filho e uma mãe juntos.
Nesse momento é natural um bebê que chora e que ainda não tem uma rotina de sono, assim como uma mulher que está aprendendo a amamentar seu bebê, que está se recuperando do parto e que em virtude da privação de sono, mudanças e energia que o corpo requer para amamentar, fica muito cansada também.
Ao visitar a mãe no puerpério, tenha em mente que “muito ajuda quem não atrapalha”, veja as 5 dicas para ser uma rede de apoio saudável nesse período:
1- Validar as emoções: o puerpério pode ser um momento de intensas emoções para a mãe, incluindo alegria, exaustão, tristeza, ansiedade e insegurança. Ajude-a a reconhecer e validar suas emoções, lembrando-a de que é normal ter sentimentos contraditórios e que ela não está sozinha nessa experiência.
2- Oriente sobre as mudanças hormonais: explique à mãe que as flutuações hormonais após o parto podem afetar seu humor e bem-estar emocional. Informe-a sobre os sintomas comuns do “ baby blues” : como tristeza, choro fácil e irritabilidade, que podem surgir e desaparecer ao longo do puerpério.
3- Encoraje o autocuidado: lembre a mãe da importância de cuidar de si mesma. Incentive-a descansar sempre que possível, alimentar-se, manter-se hidratada e buscar momentos de relaxamento. Pequenas pausas e momentos de autocuidado podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o equilíbrio emocional.
4- Fornecer informações sobre o desenvolvimento do bebê: orientações claras sobre o desenvolvimento do recém-nascido podem ajudar a mãe a entender as necessidades do bebê e lidar com as demandas aprendidas. Informações sobre o sono, alimentação e marcos de desenvolvimento podem auxiliar no estabelecimento de uma rotina e aumentar a confiança da mãe em suas habilidades parentais.
5-Monitorar sinais de depressão pós-parto: esteja atento aos sinais de depressão pós-parto, como tristeza intensa, falta de interesse ou prazer nas atividades, alterações de apetite, dificuldade de concentração e pensamentos negativos. Se você identificar esses sintomas, encoraje a mãe a buscar ajuda profissional, como um psicólogo ou psiquiatra.
Cada mãe é única e pode ter necessidades específicas durante o puerpério. É importante adaptar os cuidados psicológicos de acordo com as circunstâncias individuais, sempre buscando fornecer apoio emocional e informações que ajudem.
Se você já for mãe ou está preparando-se para esse momento, tenha em mente que suas experiências e expectativas são diferentes da mulher que agora vivencia esse período, portanto comparações podem ser dispensadas, assim como qualquer informação que não for solicitada.
Certifique-se de não estar com nenhum sintoma de gripe ou outras doenças que possam comprometer a imunidade da mãe e do bebê, seja cuidadoso se for pegar o bebê no colo, solicite a permissão da mãe e evite beijos e contatos respiratórios próximos.
É sempre gentil perguntar como pode ajudar nesse momento, respeitando se a mãe preferir não receber visitas ou não quiser ajuda. O bom senso é fundamental.
por Maria Júlia Lohmann Wagner
Psicóloga
Especialista em terapia cognitivo-comportamental e terapia do esquema
Instagram: @maju.psi
